segunda-feira, 28 de setembro de 2009

SEPARATISMO


Embora vivendo atualmente na bela Florianópolis, sou gaúcho e apartidário. No meu primeiro livro fiz constar que me conceituava, em tese, como adepto do separatismo.Consciente, todavia, de que tal posicionamento era utopico, sonho de uma noite de verão. Enfatizava, por julgar óbvio e evidente, que o cone sul da nação (assim compreendidos os Estados do Rio Grande, Santa Catarina e Paraná) contrasta, de maneira frontal, com os demais Estados irmãos integrantes do norte, nordeste e demais regiões do País. De modo especial, dizia, no concernente a distâncias, raízes, clima, economia, linguajar, tradições, folclore, música e costumes.Falar em clima é prevalecimento, pois enquanto aqui nestas plagas vivemos a pelejar contra os flagelos da hibernia, chuvaradas e enchentes, sobrevivendo às intempéries numa luta sem quartel,nas outras paragens reina o deus sol, magnificente. Em contraposição e apenas ad argumentandum, Ceará e Alagoas, por exemplo, configuram o paraíso terrestre, dado o esplendor das suas praias resplandecentes.Mas lá é outro País... Embora sabedor de que a constituição veda o separatismo, acenava eu, então, com a viabilidade de reforma da carta magna.Argüía, em reforço dessa tese, com a circunstancialidade de vivermos numa nação continental e, por isso mesmo, difícil de ser administrada por uma cúpula de politicóides entronada no longínquo planalto e cega e ensurdecida às prementes necessidades, exigências e cruciantes diferenças regionais. A título de ilustração, é por demais consabido, o Uruguai - que já foi considerado a Suíça sul-americana - é detentor de área geográfica equivalente ao Estado do Rio Grande do Sul. Notoriamente, esse fato de per si há de facilitar o controle e a boa administração das suas finanças, sobrestando a corrupção desenfreada, tal como campeia, livre, em nossa combalida pátria. Pergunto agora: e o nosso gigante adormecido, eternamente deitado em berço esplêndido, enredado por todas essas marcantes diferenças étnicas e consuetudinárias, como gerir e moralizar todo esse vasto território, concentrando o poder num só caricato homem, deslumbrado pela vaidade do mando e a se julgar todo-poderoso e senhor absoluto de todas as vontades???

terça-feira, 22 de setembro de 2009

CONTROLE DA NATALIDADE E INCÚRIA


Neste pobre País de desdentados, constitui sacrilégio falar-se em controle da natalidade. Tudo porque crenças religiosas e padrecos sempre a isso se opuseram, frontalmente . Associados a essa inconsequënte e criminosa postura, estão os governantes e legisladores, sabido que providências tendentes a equacionar o problema haverão de trazer desprestígio político e não redundarão em dividendos eleitoreiros. A adoção do contrôle da natalidade urge e se impõe como medida premente , sendo certo que a multiplicação desordenada de gente paupérrima, que se reproduz feito ratazanas, se apresenta como fato gerador da miséria, do roubo, do assalto e de toda uma gama de doenças e mazelas que recaem sobre uma população empobrecida, que sucumbe e morre à mingua de vitais recursos para sua sobrevivência. Como prova disso, basta se atente para o fato de que nos morros, favelas e casebres, o índice de mortalidade infantil se nos equipara aos povos mais atrasados do mundo! É uma hecatombe nacional, para nosso opróbrio e vergonha! Gigantesco problema social que só a politicalha e a igreja teimam em não encarar, por inconfessáveis motivos. É quadro desalentador e dantesco verificarmos que a maioria da população vive à margem da sociedade, habitando tugúrios, sem condições mínimas de salubridade, higiene e saneamento básico, tendo a fome e a doença por companheiras. São milhares de vítimas relegadas ao desamparo e a assistir, do alto dos morros, o insensato proceder de uma elite cujos deuses são a frivolidade e o consumismo, sob o olhar conivente da igreja, aferroada a anacrônicos princípios dogmáticos, de par com a fria indiferença do amestrado rebanho e silenciosa cumplicidade dos politicóides. Todos pastoreados, por fim, por aqueles que se arvoram líderes, mas que não passam de reles espertalhões a se apascentarem da desgraça e da ignorância, cevando-se nessa ignominiosa torpeza. Verdade que nada disso comove ou sensibiliza a mais alta côrte, essa cúpula formada por uma insensível casta que viceja no planalto e se adonou do poder, extorqüindo, criando e reajustando impostos escorchantes, sem pejo algum, tendo a petulância de alegar falta de verbas para as mais comezinhas promoções de amparo a uma população desassistida. Si et in quantum, e a contrario sensu, essa turba de vassalos e amigos do rei se esbalda na abastança, desviando vultosas verbas para a construção de faraônicas obras, absolutamente desnecessárias, aumentando os gastos públicos de forma iníqua, desordenada e irresponsável. Constroem ou habitam palácios, adquirem veículos de altíssimo custo e mais luxuosas aeronaves para intermináveis viagens turísticas pelo País e ao redor do mundo. Tudo à custa do erário público e secundados por enormes comitivas de sorridentes camaleões, a engordarem no desfrute de nababescas recepções, regadas com os melhores uísques, champanhotas e capitosos vinhos. Quer dizer, segundo eles, não há recursos para investimentos de natureza relevante e prioritária. Irônica e paradoxalmente, abundam provisões destinadas ao carnaval e - pasmem - para sediar a copa do mundo e mais aquisição de caríssimos jatos e arsenal bélico. Ignoram que a revolução medra aqui dentro, onde se alastra a guerra civil, a mortandade, os assassinatos, com a malta que habita os morros, enfurecida e chapada, a invadir as cidades, praticando toda sorte de barbarismos. Tudo sob o maléfico influxo da droga, cujo tráfico e contrabando de armas campeiam livremente.Todo esse macabro cenário se desenrola numa nação indigente e desfalcada das mais elementares obrigações que constituem promordial dever do Estado, que são educação, saúde pública, emprego e segurança...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

MONOPÓLIO DA INFORMAÇÃO


O processo informativo brasileiro, de modo especial no concernente ao noticiário de fatos políticos e econômico-financeiros, assemelha-se a verdadeiro monopólio.Valho-me de propositada metáfora para pincelar esse quadro doentio e sua etiologia, que tem nascedouro nos apátridas e vendilhões do templo, com tentáculos desdobrados nas grandes cadeias aglutinadas em centenas de corporações midiáticas, facilmente identificáveis. São elas que, de maneira sórdida, solertemente manobram no sentido de achincalhar as nossas tradições, avacalhando aquilo que um País tem de mais sagrado, que é a educação do povo, sua cultura e o seu idioma. Desgraçadamente,foram tais agrupamentos aquinhoados como detentores do monopólio da informação, a troco de barganhas, favorecimentos e privilégios. Tudo resultante da concessão de enormes cadeias de jornais, rádios e televisões a soldo dos poderosos e a serviço de escusos e inconfessáveis interesses políticos ou religiosos. Abstração feita a raras e honrosas exceções, tais formidáveis grupos constituem potentes órgãos difusores da distorção e da inverdade, especializando-se em fazer a lavagem cerebral da plebe e dando destaque a crimes, falcatruas, jogatinas, contendas esportivas, estimulando a alienação, o supérfluo e todo tipo de safadezas. Esmeram-se tais conglomerados no desvirtuamento da realidade,fazendo apologia da burrice, espezinhando as nossas raízes, desprezando os nossos costumes, papagueando a praga dos vocábulos na língua inglesa, impingindo músicas alienígenas e popularescas de baixa qualidade, ritmadas por rocambolescos trejeitos e macaquices americanófilas. À testa dessas poderosas cadeias se enfileiram os amigos do rei, seus cupinchas e apaniguados, verdadeiro cipoal de politiqueiros e sua rede formada por compadrescos e aparentados. O mal tem sua orígem lá no planalto, espraiando-se tal qual repugnante cancro, pestilento e gangrenoso, a se irradiar em metásteses e malcheirosos pruridos. Possui orígem na falta de patriotismo, na ganância e na sede de poder. Os politiqueiros, esses parasitas, são endeusados pela mídia, entronados em palcos, palanques e vitrines. Parece que foi Lincoln quem disse, se queres conhecer um homem, dá-lhe o poder. O poder corrompe, infla as vaidades, concede a ilusão do mando e da riqueza.Na ordem do dia uma infeliz declaração de corifeu do poder, decantando as vantagens da estatização. Nietzche, do alto da sua sabedoria, já observara que onde começa o Estado aí termina o indivíduo.Minha advertência final: é preciso desmistificar os políticos, dessacralizá-los, subtrair-lhes essa aura principesca de influentes manda-chuvas. Devemos encará-los como seres comuns, nossos mandaletes, pois lá estão para nos servir e dar cumprimento às promessas de campanha. São pagos por nós, sustentados por nós, e por isso a nós assiste o impostergável direito de olhá-los de frente, cara a cara, exigindo e cobrando deles aquilo que for de seu dever, como nossos representantes, denunciando seus desvios de conduta sob pena de rigorosa e exemplar punição.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

POLITICALHA E DEMOCRACIA DE FACHADA


Ora, tenham paciência! Isso tudo tem limite! Democracia de fachada é o que nós temos, essa a dolorosa realidade. Quem elege essa canalha é o poder econômico. Num triste País como o nosso, de terceiro mundo, onde a avassaladora maioria do povo é constituída de analfabetos de pai e mãe, o voto consciente de uma minoria letrada é um desperdício. A solução? Transparece nítida e a olhos vistos para quem tenha um mínimo de inteligência: acabar com o voto obrigatório e promover a paralela extinção do voto do analfabeto. Por que? É elementar, tais providências haveriam de fazer com que só comparecessem à urnas pessoas politicamente esclarecidas e ciosas da seleta escolha dos seus candidatos. Seria o fim do voto de curral ou a cabresto, bem como da perniciosa compra de sufrágios nas zonas pobres e vilarejos, a troco de barganhas. Verdade que, forçoso é admitir, a adoção das medidas recomendadas se afigura impraticável, por contrariar maquiavélicos interesses da politicagem de plantão. Quanto mais burro e ignorante o eleitor, mais se elegem e reelegem os corruptos e demagogos que envergonham a nação. A propósito, e apenas ad argumentandum, há décadas atrás um graduado militar provocou celeuma e controvérsias ao figurativamente proclamar que o voto de uma lavadeira não poderia ter o mesmo peso e igualdade em relação ao voto de um general... Embora revestindo foros de elitismo, tal colocação dá o que pensar. A bem da verdade, faço aqui uma ressalva para declarar que não sou militarista nem adepto da ditadura, posições decantadas por conhecido comunicador local. Mas sejamos sinceros e realistas: o contingente massudo e expressivamente majoritário de votantes apedeutas e analfabetos é que sufraga essa camarilha de quadrilheiros, energúmenos, safardanas e corruptos que se eterniza no poder, raspando os cofres públicos através de rapinagens e falcatruas, atravancando o desenvolvimento do País. Aí estão causa e efeito, perfeitamente delineados, sob o manto protetor da mídia interesseira e conivente que, de forma irresponsável, acoberta esse descalabro.Todo esse cenário abroquelado pela pasmaceira do populacho, que a tudo assiste, embasbacado. Enquanto isso, a cidadania chafurda nesse lamaçal, engabelada pela ilusória cantilena das sereias que , em afronta à mediana inteligência, entoa o falso pregão de estarem sanadas as finanças, contida a inflação, desemprego em queda, inexistência de crise, mais outras tantas aleivosas e inconsequëntes mentiras tendentes a ludibriar os incautos.Queda da inflação? Já sustentei antes e repito agora: neste governo a única coisa que baixa é calcinha de mulher! Enquanto isso, os politiqueiros se esmeram no estratégico depauperamento social, preocupando-se tão somente em se locupletar, enchendo as burras dos seus alforjes e dos seus familiares, que misteriosamente enriquecem da noite para o dia. E a patuléia, voltada para o futebol, a jogatina e o carnaval, faz vista grossa a esse funesto cambalacho, composto pelos politicóides e seus confrades, a mamarem, sofregamente, nas abundantes tetas públicas. Moral da história: faça um político trabalhar, não o reelegendo!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

REPRESSÃO SEXUAL


Em vias de edição, meu segundo livro denominado "Os seios de Joana", versando contos eróticos e picarescos, com leitura recomendada somente para adultos.Já na apresentação da obra ressalvei que sobrenadava, sobretudo, a minha vontade de engajamento junto àqueles que, na linha de frente, entrincheirados se encontram no combate ao obscurantismo doentio e no enfrentamento da repressão sexual. Males impostos por uma religiosidade obtusa que, desde os primórdios da humanidade, intenta castrar o homem, afrontando os mais salutares princípios biológicos que regem o universo. Herança maldita, dizia, de primitivas crenças perversamente difundidas por sectários líderes que se intitulam eleitos pelos deuses. São eles sacripantas e farisaicos pastores de almas, diabolicamente adestrados para amestrar e apascentar rebanhos conformados por dóceis ovelhas, enfileiradas e a marchar em melífluos balidos, rumo ao supremo sacrifício - sua final castração!
Por isso me associo aos libertários, aos que preconizam o desate das amarras, das presilhas, dos grilhões que nos aferroam, dos fósseis ditames preconizados por arcaicas religiões que absurdamente pretendem restringir o sexo à mera reprodução da espécie, tal como apregoa o Papa.Livres desses maléficos ditames e do malsinado estro meramente procriatório, cultuemos uma vida sexual sadia, amorosa, prenhe de carnais anelos. A repressão sexual conduz, inexoravelmente, às enfermidades da alma e do corpo.É fonte primacial de neuroses, desequilíbrios e perturbações somáticas de toda ordem, gerando desavenças e conflitos destruidores do bom relacionamento humano. Sexo é vida! Basta atentar para o fato de que a sexualidade amorosa é fonte cristalina inspiradora de todas as artes. Sensação primordial, diuturno pensamento que acompanha a maioria dos viventes no quotidiano entorno das suas multivárias atividades. Na condição de ser pensante e racional, diferenciado dos outros animais, o homem elevou o instinto carnal a paragens paradisíacas, aprimorando técnicas milenares, como o sexo tântrico, dele extraindo inefáveis gozos para seu aprazimento e felicidade terrena. Daí a razão de ser da dedicatória aposta no meu referido livro de contos eróticos, a ser brevemente lançado: "A todos aqueles que, como eu, vislumbram no amor e no sexo fundamentais fatores de vida no universo e prazerosas fontes inspiradoras de todas as artes".