terça-feira, 15 de dezembro de 2009

LIBELO CONTRA OS APÁTRIDAS


Se existe algo que me deixa encanzinado, é sintonizar as "nossas" emissoras de rádio e televisão.O ouvinte menos avisado há de pensar que se encontra em Nova Iorque! Também fico amargurado, ao tomar ciência dos perniciosos lançamentos das poderosas gravadoras multinacionais. Toda essa máfia, atrelada e subserviente a escusos interesses mercantilistas, descaradamente age a serviço do capital internacional. Senão, como explicar o trombeteio, a avalanche e a obssessiva e torrencial divulgação de ritmos e costumes alienígenas e discrepantes das nossas raízes culturais? De par com o notório mau gosto, o grotesco, a zombaria e o popularesco das questionadas programações, analisemos, por partes, e desdobradamente, o ridiculo de tudo isso. A começar pela berraria dos chamados "jingles" e mais anúncios comerciais, nas rádios e TVs. Nesse particular, a idiotice atinge as raias do bestificante absurdo. Já disse outrora e volto a repisar metafórica imagem antes utilizada, por julgá-la oportuna e pertinente: pelo alarido e histéricos grunhidos dos corifeus integrantes dos órgãos difusores - ao apregoarem produtos mercantis aos microfones - mais se apresentam como ventríloquos de porcos agonizantes! Será que pensam que somos surdos? Mesmo anátema, aplicável também, e por extensão, aos narradores futebolísticos: grávidos de ordenanças superiores dos chefetes - para fanatizar e anestesiar a plebe - ao se esbaldarem em histéricos gritedos, ficam mais parecendo se encontrar em trabalho de parto, parindo o gol. Mal sabem,todos eles, da irritação, dos males e agressões que causam à sensibilidade auditiva do indefeso ouvinte! Já no tocante à simiesca seleção musical das monopolistas redes de emissoras, in genere, deduzo que seus programadores devam sofrer de transtornos sado-masoquísticos: selecionam e tonitruam repetitivas bandas anglicistas ao compasso de bundas furibundas, embaladas em frenéticos ritmos de dois acordes, ao balanço do rock e do tal de reggae. Todo esse escatológico espetáculo circense é emoldurado pela servil predominância da abominável língua inglesa, de cujo idioma nada entendem, nem eles nem seus decantados bandos de famigerados cantores e acompanhantes. A propósito, e tal como já sugeri num texto anterior, julgo oportuno enfatizar agora: a continuar esse despautério, seria conveniente o senhor Luiz Inácio reencetar nova reforma linguística, agora para decretar o inglês como nosso idioma pátrio!Funesta consequência desse descalabro, onde estão os nossos inspirados compositores, geniais instrumentistas e grandes cantores da legítima, sonora e autêntica música brasileira? Desprestigiados e relegados ao ostracismo! O que se vê, e só o que se vê, são os grandes conglomerados da comunicação a difundirem e papaguearem a praga dos estrangeirismos,servindo de pregoeiras do atraso, em estúpido processo masturbatório mental, reprodutivo e propagatório de insalubres síndromes orgásticas prenhes de estultas macaquices. Moral da história: O mau exemplo, a etiologia, a epidêmica disseminação dessa barbárie vem lá de cima, com a conivência, o incentivo e o aplauso das hostes palacianas e planaltinas - vanguardeiras dos solecismos, do analfabetismo, do palavrão e do lixo cultural. É por demais óbvio e evidente, o problema da nação é puramente educacional. O nosso País se encontra órfão de lideranças, anos-luz estagnado, subdesenvolvido, saqueado e colonizado. Estamos mergulhados na mais torpe ignorância, destituídos de patriotismo, de amor ao nosso vernáculo - que eu já chamo brasileiro - que é lindo, que é belo, e que constitui requisito e fundamento basilar da nossa soberania e nacionalidade. Pena que poucos, muito poucos, tenham consciência dos malefícios intercorrentes e da deletéria trama que nos envilece e atordoa...

sábado, 12 de dezembro de 2009

RÉQUIEM À PLEBE DESNORTEADA


Safardanas, nossos representantes políticos continuam, fagueiros, a chafurdar no lodaçal da corrupção onde porcamente se enlameiam. Já virou rotina a diuturna revelação de graves denúncias envolvendo a prática das suas ilicitudes, tais como desvio de verbas, subfaturamento de obras, prevaricação, nepotismo, sinecuras, viagens turísticas à custa do erário, concessão de privilégios, regalias, compadrismos e toda sorte de cambalachos, envolvendo governículos e poderosas empresas, sob conluio, a se locupletarem através de torpes negociatas. É um festival de mensalões, moeda verde, dinheiro nas cuecas, nos bolsos, nas meias e - quem sabe? - até naquele lugar, à falta de outros esconderijos... Tudo isso sobejamente provado, através de documentos, filmagens, gravações, rezas e indesmentíveis testemunhos que fartamente corroboram, de forma irretorquível, a abjeta e criminosa conduta. Não obstante, o "Filho do Brasil", ardilosamente, insiste na obssessiva sanha de subestimar e infirmar provas, alegando nada saber a respeito de nada. E os tribunais, tanto o Supremo como o Eleitoral, recurvados à nefasta influência do olímpico deus planaltino, fazem vista grossa ao desmazelo e à balburdia reinantes: um, dando cobertura às ilicitudes e até censurando a imprensa: o outro, ignorando a insidiosa e escancarada propaganda eleitoreira a que se lança, impunemente, o primeiro mandatário da nação, na diabólica estratégia de perpetuar no poder a malsinada sigla do ludíbrio, que apascenta seus famélicos apadrinhados. Se é verdade que cada povo tem o governo que merece, então não nos resta mais esperança alguma! A patuléia, semi-analfabeta, inculta e desinformada de todo esse escabroso processo de derrocada das instituições, dobra a espinha, genuflexa e espezinhada. A seu turno, os maquiavélicos governantes não têm o menor interesse em proporcionar educação à plebe. Ao contrário, esmeram-se no astuto propósito de encher as burras e manter cabresteado o povaréu, como massa de manobra e alienado do falido sistema eleitoral, tangido a reeleger a mesma escória que o representa. O cenário é lúgubre e contristador, prenunciando dias cada vez mais sombrios para o nosso País, deitado em berço esplêndido.Vade retro, Satanás! Oremos, contritos...

sábado, 5 de dezembro de 2009

FORMAÇÃO DE QUADRILHA


Atendendo ao apelo de amigos, volto a fazer hoje a abordagem de assunto mais sério e relevante. Como é notório, com raríssimas exceções, as grandes cadeias de rádio, jornais e televisão continuam as mesmas de sempre. Maniqueístas e detentoras do monopólio da informação, prosseguem na sinistra faina de desvirtuar a realidade sócio-econômica e conjuntural do País. Assim procedem,já foi dito alhures, porque atreladas a escusos interesses dos poderosos,de quem são apaniguadas e subservientes. O poder econômico corrompe e a politicalha desserve: o arsenal noticioso da maioria das serviçais emprêsas concessionárias dessas mordômicas sinecuras - monolíticos agrupamentos informativos - deforma e distorce a opinião pública. Aperfeiçoaram-se elas em difundir politicagens e balelas esportivas,de par com o lixo da incultura, trombeteando estrangeirismos, em estulto linguajar. Adestraram-se nas artes de veicular tendencioso noticiário, entremeado de frívolos comentários ou croniquetas. Tudo adrede preparado para melhor pastorear o ingênuo e alienado rebanho de incautos, que bem amestrado, enfileirado e balindo, segue para o matadouro.Como se isso não bastara, por outro lado, e paralelamente, medra em nossa Pátria outro pestilento cancro, também deformativo da percepção popular: são as chamadas TVs por assinatura. Parece que teledirecionadas pelo mesmo espectro da decomposição social, seus responsáveis/donatários não têm pejo nem vergonha de exibir uma horrorosa, repetitiva e canhestra programação, que só deseduca e desorienta a sofrida parcela de assinantes. Tais emissoras, pela calhordice que diuturnamente divulgam e propagam através dos seus canalículos, constituem verdadeiras escolas da criminalidade, com especialização em safadezas e molecagens. Por que? No geral, sua programação de filmes é abominável e da pior qualidade, sem conteúdo algum, via de regra assente em ridículas comédias e/ou deploráveis enredos americanófilos, calcados em temas policialescos, assassinatos em série, assaltos a bancos, roubos, arrombamentos de cofres, gangsterismos, massacres, crimes hediondos, infindáveis tiroteios, trombadas de automóveis em altíssima velocidade,estupros, sequestros, ETs, lobisomens e reles vampirismos. Sempre a mesma coisa, numa repetitiva cantilena que vai de encontro aos gostos mais apurados daqueles dotados de um mínimo de discernimento e formação cultural. Toda essa estapafúrdia programação é propagada a preços extorsivos - e o que é pior - voltada para o ensinamento e incentivo das mais torpes condutas do ser humano no trato com seus semelhantes. E,o que é mais grave, ainda: anestesiando a sensibilidade do homem frente ao macabro, tornando-o frio, indiferente e apassivado diante das rotineiras barbáries que lhes são diariamente servidas, em pratos cheios, pelas malsinadas redes. Até quando, finalmente?