sábado, 31 de julho de 2010

DIA MUNDIAL DO ORGASMO


Comemora-se, hoje, quando escrevo, o dia mundial do orgasmo. Tal efeméride não pode passar em brancas nuvens e reputo deva ser condignamente comemorada, como de direito, com pompa e circunstância. Ideal seria todo mundo nu! Mas a tanto se nos opõem a censura e os morigerados costumes ditados pelo doentio obscurantismo de falsos moralistas. Essa criminosa repressão sexual remonta a séculos de abusiva castração física e mental, imposta pelo fanatismo religioso, afrontante dos mais sagrados princípios biológicos que regem o universo. Ilustra esse deletério enquadre, a pertinaz pregação doutrinária papal, calcada na fóssil e obsessiva pretensão de restringir o sexo a mera reprodução da espécie.Tenho, sempre que posso, preconizado o desate dessas amarras, das presilhas, a quebra das algemas e dos grilhões que nos aferroam, - fatores causais determinantes dos desequilíbrios, das neuroses, dos conflitos,das desavenças familiares e de toda sorte de problemas de natureza neuropsicológica.Tudo a culminar com o alastramento e disseminação de doenças das mais variadas espécies, cuja etiologia só é explicável pelos profundos reflexos ocorrentes no universo corpóreo. Quer dizer,o preconceito advindo de tabus, o exacerbado puritanismo, a inventiva e fantasiosa puerilidade que revela a obtusa historieta do pecado original, tudo isso, enfim, reveste foros de crime lesa-humanidade, pelos danos ocasionados, devendo ser com veemência anatematizado.Em sinal de protesto e revolta contra esse despautério, é hora de erguermos as nossas taças, aos pares, e preferencialmente desnudos, num solene brinde alusivo ao despontar de soluções libertárias.Dessa forma, mesmo sonhando acordados, comemoremos esse marco entreabrindo e entrecruzando braços (e pernas), embalados em inefáveis gozos e prazeres carnais , no fulgoroso entreato que precede a consumação plena das mais ardentes síndromes orgásticas.

sábado, 24 de julho de 2010

COLUNA DO EXPRESSO ILUSTRADO


Sabemos todos, a propaganda é a alma do negócio. A comprovar isso, o estridente cacarejar das penosas e a renitência do padre a badalar os sinos da igreja, anunciativos das missas. Daí porque me animo a fazer trombeteio e alarde a respeito de auspicioso fato que me trouxe enorme satisfação.Estou a escrever crônicas semanais no jornal Expresso Ilustrado, de Santiago. Trata-se de valoroso órgão de imprensa, lá da minha terra natal, de grande tiragem e abrangente circulação regional que se estende também aos principais municípios do Rio Grande do Sul. O convite, prontamente aceito, e que me desvaneceu, foi formulado pelo competente Diretor-Editor do semanário, João Lemes, consagrado jornalista e emérito escritor, aureolado por merecido renome junto ao meio social santiaguense. Desnecessário salientar, a invitação me deixou sumamente honrado e possuido de justo orgulho.É curial, o chamamento propicia a mim a valiosa oportunidade de manter permanente contato com os meus conterrâneos, aplacando a nostálgica saudade da gente amiga do meu pago. A par disso, meu sentimento é fortalecido pela convicção de que se trata de um órgão de imprensa que ostenta consolidado prestígio, mercê do seu valoroso quadro de colaboradores, emoldurado por seletos artigos, reportagens e notícias da atualidade. E não é de agora que afirmo essas verdades, basta que se atente para o que escrevi à citada direção do jornal, em meados do ano 2oo8, tal como transcrito no livro "20 Anos de Jornalismo", de João Lemes, grande sucesso de vendas, verbis: "Nosso Expresso Ilustrado está dando de relho em quase todos os seus concorrentes, na esfera estadual.Devo acrescentar que sou, por igual forma, assinante do Diário Catarinense, da Revista Saúde e leitor contumaz da Zero Hora, de Porto Alegre. Nenhuma dessas ilustrações encosta no teu jornal, no concernente à cobertura de eventos, colunistas, cronistas, comentaristas, humoristas, reportagens e isenção no trato de questões primaciais da cidadania. Quer dizer,não é por acaso que cito as poderosas RBS e Editora Abril, como parâmetros para confronto. Tanto em informes sobre a saúde pública e/ou notíciário político ou esportivo, vale sobremaneira enaltecer o Expresso pelo seu elenco de assinantes, sua grandiosidade e abrangência informativa, fatos que dignificam a intelectualidade santiaguense e melhor projetam a nossa terra no cenário cultural rio-grandense".À vista disso tudo, concito meus prezados leitores a comprovarem tais assertivas, acessando o referido jornal e bem assim as crônicas deste escriba, nele publicadas. O acesso poderá ser feito via internet/Google, com simples menção a Jornal Expresso Ilustrado Santiago

quinta-feira, 22 de julho de 2010

ANÁTEMA CONTRA A HIPOCRISIA


Prossigo na perseverante senda explicativa das razões que me levaram a optar pelo erotismo, como tema predominante do meu segundo livro e mais textos escrevinhados.Já no prólogo de "Os Seios de Joana" achei de bom alvitre ressaltar os seguintes lineamentos,agora novamente enfatizados: Não se pode perder de vista que a sexualidade e as suas variantes constituem, hoje, assunto dominante em todas as rodas, haja vista que a nudez e a excitação carnal são objetos de manchetes e chamariscos largamente estampados nas capas de todas as revistas modernas. De modo especial, naqueles magazines endereçados às mulheres, cujas diretrizes são voltadas para a recomendação de dietas e exercícios físicos tendentes à modelagem de corpos voluptuosos, com tônica direcionada para o culto exacerbado das práticas carnais. Cenas ardentes de sexo explícito são, por igual forma,diuturnamente exibidas, às escâncaras, em quase todos os filmes projetados nas telas de cinema ou canais de televisão. Ainda que puritanos e falsos moralistas deblaterem contra isso, furibundos, anatematizando esse estado de coisas,forçoso é admitir que tais liberalidades são decorrências do afrouxamento dos costumes, seja pelo advento da pilula, da consagração do Viagra e vertiginosa falência e derrocada do casamento como instituição. Corolário insofismável,também, de uma nova realidade fática que salta aos olhos, por demais evidente: o surgimento de uma nova e desentocada mulher, que saiu da casca e ganhou as ruas, muito mais liberada e assim desprendida das fainas domésticas, a competir, disputar e concorrer com o homem em todos os setores das multivárias atividades profissionalizantes.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

PERMISSA VENIA


No alvorecer do livro "Os Seios de Joana" intentei fazer um exórdio explicativo da temática escolhida, logo deixado para trás. Todavia, é tempo ainda de esmiuçar pequenas ressalvas. Considerando o erótico tema ficcional da obra, entendia pertinentes considerações outras, de ordem paralela, repontando assuntos de maior seriedade. Dizia ser consabido que o país, como, de resto, a humanidade inteira, estavam mergulhados numa crise financeira sem precedentes, gerando miséria e desemprego. Reputava não ser lícito nem moral fechar os olhos para esse tenebroso quadro. Entendia, diante dessa conjuntura,devesse qualquer matéria impressa consubstanciar, também, invectivas e denúncias relativamente a esse descalabro,em forma de libelo contra os chefes de Estado e mais politiqueiros responsáveis. Mas o que tem a ver o cós com as calças, haverão de perguntar. Será que o cara endoidou? Pois se o título e a tematologia da obra tinham cunho erotômano, por que viria ele agora se travestir de peripatético filósofo de arrabalde? Pois em verdade vos digo: é para que, incorrendo num falso e precipitado juízo, eventuais leitores não me tomem por devasso ou libertino, com a mente voltada só para histórias e divagações que alguns incautos possam julgar como despudoradas, porque entremeadas de fantasiosas escaramuças sexuais.Cansei de pregar no deserto! Cônscio de que a maior parte da nossa população não é afeita a leituras, a começar pelo supremo magistrado da nação. Daí porque a mim só restou a alternativa de bater em retirada, restringindo-me a textos de maior abrangência, assentes na melhor coisa do mundo, que é o sexo amoroso.Tudo na esperança de abarcar contingente maior de leitores, alguns já monitorados pelas lascivas novelas da Globo e cenas sexuais explícitas dos enlatados norte-americanos.Tangenciando ilações mais afoitas, restou-me o consolo de emoldurar meus contos com o esmero, o capricho e o empenho por mim devotados a um fraseado mais elegante no alinhavo das excitantes narrativas sequenciais.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

FILOSOFIA DE ARRABALDE


Hoje estou mais para assuntos de cunho metafísico ou esotérico, fundamentados em empíricas considerações abstratas.Dentro desse propósito, intento dar ênfase e questionamento, sobretudo ao fadário que rege as nossas conturbadas vidas, às alternâncias de situações contingenciais, aos sortilégios, às coincidências, às vicissitudes, e bem assim aos percalços incidentes ou acidentários. Volta e meia nos vemos compelidos a admitir que existe algo mais além do que a nossa vã filosofia pode alcançar. Daí a minha profissão de fé, ora proclamada, reafirmando-me agnóstico/espiritualista, e, por isso mesmo, absolutamente consciente de que a nós - pobres mortais - não nos foi dada suficiente percepção, inteligência e discernimento, para desvendar o absoluto. Vislumbre e tirocínio já evidenciava, a respeito, o grande José Hernandez, na sua apoteótica obra Martin Fierro, ao colocar na boca de sua lendária personagem a sábia e conclusiva assertiva: "Quantas leciones nos trae el tiempo, con sus mudanzas!" Em contrapartida, professa a sabedoria popular existirem pessoas que nascem com o traseiro virado pra lua. Mas, contraponho eu, também a lua tem as suas fases de mudança, assim como nós outros,sujeitos então à fatalidade das mutações oriundas de forças estranhas, magnéticas e incognoscíveis.A seu turno,a bíblia nos fala sobre a prevalência dos sete anos de vacas magras, seguidos de outros tantos anos de tais espécimes gordos.Partindo dessa premissa, eu próprio tenho feito regressiva contabilização sazonal da minha vivência, atento às particularidades dessas variantes. Ora,segundo a minha insuspeita contagem temporal, para mim já são decorridos mais de sete anos das tais de vacas magras, daí porque me ponho, persignado, no expectante alento de futurosos e abundantes mananciais, acoplados de fartas colheitas femíneas. Que venham as vacas gordas! Embora arredío e não muito chegado a adiposidades, por questões estéticas e salutares, eu por elas aguardo com mal contida ansiedade. Nem que seja para traçá-las ao espeto, mas desde que bem acompanhadas por loiras não estupidamente geladas...