segunda-feira, 23 de agosto de 2010

LANÇAMENTO DE "OS SEIOS DE JOANA"


Na quinta-feira passada, dia 19 de agôsto, foi realizado o lançamento do meu segundo livro, designado "Os Seios de Joana"- Contos Eróticos e Picarescos, com leitura recomendada somente para adultos. Conforme sugere seu sub-título, versa temática de cunho erótico, não pornográfica, envolvendo luxúria e sensualidade. O título foi extraído de um dos dezesseis contos, narrados todos com fraseado elegante e mesclas de refinado humor e picardia. Conforme fiz constar no preâmbulo, a obra é dedicada: "às mulheres que eu não tive e a todos aqueles que, como eu, vislumbram no amor e no sexo fundamentais fatores da vida no universo e fontes inspiradoras de todas as artes". Ao escrevê-la, filiei-me, reverenciosamente, ao pensamento de Oscar Wilde, que asseverava: "Não existem livros morais ou imorais. Os livros são bem ou mal escritos". Tais contos vieram a lume sob os auspícios da prestigiosa Editora Insular, capitaneada pelo seu dinâmico artífice, Nelson Rolim, emérito divulgador do livro. Dito lançamento ocorreu no Megastore da Livraria Saraiva, no Shopping Iguatemi de Floripa. Lá, no horário compreendido entre 19 e 22:00 hs, tive a satisfação de alinhavar autógrafos aos comparecentes, ao som de excelente pocket show a cargo de Rodrigo e Rogério Piva, mais Jorge Lacerda. Tudo regado a uísque, vinho e champanhe, como requeria o contubernal evento confraternizatório.Ao ensejo da tertúlia, fui agraciado com a prestimosa presença de uma legião de amigos, que, pressurosos, acorreram ao ágape, para redobrado orgulho do envaidecido autor.Registro aqui, neste blog, a expressão do meu efusivo agradecimento a todos os que me honraram com a sua presença, augurando-lhes uma boa e prazerosa leitura.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

FRÍO EN EL ALMA


Relevem o portunhol. Cria das planuras fronteiriças de Santiago, gosto de tangos, de boleros e do idioma castelhano. Com remissão ao título, além do frio em nossas almas, acresce, na estação, igual frieza também em nossas combalidas carcaças. Sou desertor das plagas sulinas, por causa da gelidez que ronda as coxilhas gaúchas . Mas qual! Em agosto, sopra aqui em Floripa o tal de vento Sul, enregelando a cristandade. E o velho mar, enfurecido e bravio, se ouriça aqui na praia, encrespando-se em ondas espumantes, a escorraçar nossas pálidas sereias. Sobrevém o marasmo e a solitude das noites hibernais, com o desesperado refúgio ao fogo da lareira, ao vinho, e, para os sortudos, ao decantado cobertor de orelhas. Claro, existe o lado bom: hibernar feito ursídeos, estocando alimentos e dormitando para o engorde, à espreita do verão. Costumo provocar amigos, adeptos da frialdade, argumentando que não gosta de mulher quem prefere a invernia. Por quê? respondo-lhes: no inverno, aqueles seres divinais se ocultam debaixo de peles, saiotes, meias, botas, gorros e casacões, sonegando a nós outros - pobres mortais - suas curvilíneas formas e tudo o mais que de belo e resplendente lhes foi aquinhoado pela sábia natureza. Brincadeiras à parte e respeitando opiniões em contrário, saudemos o porvir das cálidas noites de verão, a placidez dos dias azuis e ensolarados, na luminosa moldura flórea dos campos e matas verdejantes. Tudo isso, com arremates e tilintar de copos, aos brindes e libações de não congeladas loiras, em cânticos e louvores à ressurreição da vida.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

REVIVENDO O PASSADO


Certa feita, familiar amigo retornando de visita à nossa cidade natal, indaguei-lhe sobre como estava a querência. Lindaça como sempre , respondeu, porém acrescentando ter achado todos os amigos muito envelhecidos. Adverti-o de que o mesmo estariam a pensar dele, também, sem que disso se desse conta. Foi quando lembrei de Aníbal Machado, in “Viagem aos Seios de Duília”, melhor dos contos brasileiros, a meu juízo. Nele, a narrativa versa sobre a volta à sua cidadezinha natal, de um funcionário público recém aposentado, no Rio de Janeiro, solteirão e solitário, carcomido pela saudade. Percorrendo os descaminhos do regresso, viaja obcecado pela erótica visão dos seios virginais da sua antiga namoradinha, então lhe exibidos, em primícias, na ocasião da sua despedida. Ao reencontrá-la, por fim, a desilusão: velha e desgrenhada, as mamas da sua amada já pendiam sobre a cintura. Pegando o mote,acentuo agora: quantos de nós, à distância, não gostaríamos de rever as nossas Duílias de outrora, belas e tentadoras como dantes! Triste sina. Pobres de nós outros, grisalhos e vergados sob o peso dos anos, a realimentar o tresloucado sonho de vislumbrá-las com o mesmo encanto, seios rijos, róseos e alabastrinos, em formato de maçãs. Mas qual! Tempus fugit. O tempo é inclemente e a mocidade uma benção. Começamos a envelhecer quando nascemos, e uma mulher nunca é tão bonita quanto já foi...