domingo, 24 de outubro de 2010

ACORDA BRASIL


Brasil, país do futebol, do carnaval, da favela e do tráfico de drogas! Os desvalidos morros tomando de assalto as cidades, gerando violência e neurose coletiva. Os jornais não contam, mas a realidade revela: estamos em plena guerra civil! Cresce o pavor de uma plebe desassistida, cujo temor se avoluma a cada instante, assomado por incontida revolta. Tudo sob a complacência e a pasmaceira de incompetentes autoridades. A politicagem reina, absoluta! Abre-se um jornal e a gente se defronta com aquela mesmice, aquela repetitiva cantilena, nauseabunda e repugnante, a babujar políticos, num tropel de vassalagens. É a imprensa comprometida, atrelada a poderosos grupos, aquinhoada pelos governantes, mãos pegajosas e estendidas, a suplicarem, de cócoras, as migalhas do banquete. A imprensa é como a igreja: fica em cima do muro, à espreita, pendendo sempre para o lado mais forte. Registro aqui, com indignação, meu libelo contra esse cambalacho. Chega de politicalha! Rádios e jornais não abordam outro assunto senão politicagem, exceção feita às diuturnas maratonas futebolísticas, entorpecedoras do populacho, que assim se queda, tanso e embasbacado.E indiferente aos prioritários questionamentos sociais, como seria seu dever de contribuinte, escorchado e espezinhado. Em países de primeiro mundo isso não ocorre , fato que explica seus invejáveis progressos na seara econômica e cultural. Vivemos sob o manto do analfabetismo e - pasmem - a alta côrte planaltina se ufana do seu desapego à leitura, num enquadre de crime lesa-pátria. Por isso,enfatizo, temos de dessacralizar os políticos, recolocá-los no seu lugar, fora do pedestal em que se encontram. São meros mandatários da soberana vontade popular, por isso temos de rebaixá-los do Olimpo, onde julgam habitar,envaidecidos pelo ilusório endeusamento que lhes confere uma midia venal e interesseira. São eles nossos mandaletes, cujos primaciais deveres seriam: primeiro, propugnar pela imediata reversão desse desprimoroso cenário de ignorância que assola nossa pobre nação; segundo, colocar cobro à impunidade, num combate pertinaz e ferrenho à vilania e à corrupção, aos amigos do alheio, seja aprovando penalidades mais drásticas, seja melhor aparelhando o poder de polícia, com remuneração condigna e ampliação dos seus contingentes humanos e materiais. É um descalabro, não existe policiamento nas ruas, em qualquer hora, para dar ostensiva segurança a uma população desamparada. Sucatearam a polícia! E ninguém reclama, ninguém denuncia esse desmazelo! Mas, enquanto isso,os politicóides forram suas burras de dinheiro, engordando à custa dos desvios de verbas, mamando nas combalidas tetas públicas, escarnecendo de nós outros - trouxas aqui de baixo - que, rindo e contando piadinhas, imbecilmente nos deixamos enredar por esses espertalhões, cujo voto, ingenuamente, sufragamos.