segunda-feira, 29 de outubro de 2012

MADRIGAIS FLORIDOS





Incumbe ao escritor alternar temáticas, para não saturar leitores. Hoje, floreando odes primaveris. Passados os meses outonais, dias sombrios recobertos de plúmbeas nuvens agourentas, saudemos a nova roupagem da natureza, ora revestida de refulgentes brilhos! Jubilosos pela renovação do universo, agora a pincelar, em suaves tonalidades, um enquadre matizado de rutilâncias e resplendores realçados pela tepidez dos clarões de sol. Paisagem enriquecida, à tardinha, pelo estrídulo canto vesperal das cigarras, adornando a mansuetude da hora crepuscular. Num sequencial de noites enluaradas, estelares, com o aureolado encanto da sempiterna cintilação de vagalumes, em andejos pelas verdejantes matas nativas. Raiar do dia, em madrigais, descerrando outro deslumbrante cenário: um alvorecer ornado pelo alegre gorjeio de afinados sabiás, trinos dando alvíssaras aos fulgores da natureza, sob o balouçante sopro da brisa nas rebrotadas ramagens do arvoredo. São homenagens laudatórias à estação do amor, retemperadas em fulgurantes reverberações de vertigens, chamas e emoções inspiradoras de românticos acasalamentos, trocas de afetos, carícias, num reverente culto à perpetuação da espécie, com ressonâncias de febris desejos que resplandecem em hinários de exaltação ao renascer da vida!





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

NOVOS RUMOS



Greves paralisam a nação. Mas o governo propala equilíbrio nas finanças, enquanto endividamento familiar e inadimplência são contrastantes realidades. O PIB, índice do desenvolvimento, é novamente reduzido, dando a exata medida da nossa pobreza. Corifeus cogitam manipular cálculos, para mascarar o pífio desempenho da economia. Patrióticos julgamentos do STF condenam mensaleiros, desnudando falcatruas nunca antes praticadas na história deste país. Frente ao fragoroso desgaste, situacionistas esperneiam, insinuando ameaças de golpismo. Desvendada a vergonhosa bandalheira, veem naufragar seu projeto de perpetuação no poder. Dentre os onze ministros da suprema corte, oito foram colocados pelo próprio governo! Escudados em argumentos afrontosos à mediana inteligência, fatos de clareza meridiana são negados pelos partidários. Após a seca, nuvens negras, benfazejas, toldaram os dirceus, digo, os céus, vertendo genuinas torrentes de cachoeiras e dilúvios, lavando a corrupção. Sentindo descambar nas pesquisas seu medíocre candidato à prefeitura paulistana, presidenta, seu mentor e a súplice Marta se lançam na campanha, com maldade. Mercadantaram o Ministério da Cultura, barganhando o cargo em troca do emurchecido apoio de quem recomendou relaxar e gozar diante de imprevistos. Gozemos, pois, em regozijo pelos novos tempos que se descortinam no horizonte!