sexta-feira, 30 de março de 2012

ENFUNANDO VELAS


Metáfora de rara beleza: a vida é uma viagem! Sem retorno. Passagem só de ida, em navio que ruma para um inexorável destino, a morte. Em cada porto, uma sucessão de acasos: passageiros embarcando, outros descendo, alguns lançados ao mar durante a travessia... A bordo, despedidas, novas amizades, conquistas, desenganos... Durante o percurso, escotilhas descortinam céu azul ou maresias, entremeando luzes e temporais. A existência não pode prescindir do conhecimento. As marés da vida aniquilam os fracos, revigorando os fortes. O fadário aponta para uma nova realidade comportamental, ancorada nos fundamentos do carpe diem. Usufruir o aqui e agora, atentos a inefáveis gozos e carnais anelos, posto que a ninguém é dado saber do dia de amanhã. O presente, como o próprio nome indica, deve ser encarado como um regalo, com mesclas de contubérnio e afeto. Curvo-me à assertiva que adverte: “vive cada jornada como se fosse a última, pois um dia você acerta”! Deixando de lado macambúzias divagações, um farol existencial há de orientar os navegantes para uma vida estreme de melindres e ostentações. Bom demais é tocar o remo devagar, barco ondulando ao sopro da brisa leve e calmarias, num verde mar de esperanças, livre dos rochedos e distanciado do ilusório canto das sereias.

terça-feira, 13 de março de 2012

AMARGO DESPERTAR


Escrevi, alhures, ter sido a criação de Brasília um tresloucado sonho que enriqueceu alguns e depauperou a nação. Obras faraônicas, desvio de recursos, festival de gastanças! JK, com sua aura de “peixe vivo” e mentor do mirabolante projeto, revelou-se, como Presidente, um elegante dançarino! Sequer elegeu seu sucessor. Culminou derrotado pelo “homem da vassoura”, que prometia varrer a corrupção. Como se não bastara, JK foi artífice de outro desatino: deu primazia ao carro e incrementou as rodovias, soterrando a via férrea, transporte bem mais seguro e econômico. Funestas consequências disso: asfalto mal conservado, transporte restrito a automóveis, ônibus e jamantas, sobrecarregando estradas sem condições de trafegabilidade. Sobreveio o pandemônio, essa parafernália de horrores, com ruas e avenidas esburacadas, abarrotadas de veículos em alta velocidade, por força do criminoso abandono, péssima sinalização e total ausência de policiamento. Vitimada por esse cruento cenário, clama e geme uma população afligida pelos congestionamentos, acidentes e morticínios! Todo esse horripilante quadro ainda vigora, sob o olhar complacente dos atuais governantes, para opróbrio, luto e vergonha do sofrido povo brasileiro.

quinta-feira, 8 de março de 2012

EXALTAÇÃO ÀS MULHERES


Em data tão significativa para o mundo inteiro, associo-me às homenagens que estão sendo prestadas às mulheres, desnudando alma e sentimentos aqui revelados em cálidas exaltações aos angelicais atributos feminis. Mulheres constituem a essência, o requinte e o fundamento das nossas vidas! Sem elas, tudo perde a graça, a razão de ser e de existir! Deusas onipotentes, aureoladas por candura, meiguice, inteligência e bondade, seus múltiplos predicados fazem-nos cativos da sua marcante personalidade. Obras primas da natureza, perfumosas como as flores, iluminam e transfundem colorido em qualquer ambiente, tornando-o fúlgido em resplendores de luzes e arrebatamento! Sexo frágil, não! Os tempos forjaram sua anímica fortaleza sensorial, tornando-as retemperadas de energias e libertas da opressão, sobrepondo-as num ascendente patamar de liderança em todos os setores da atividade humana. Hoje não mais existe feiura. Todas são belas e sedutoras sob o aprumo da tecnologia e da cosmética. Com intuição, delicadeza, carinho, dobram qualquer homem, infundindo-lhe a doce ilusão do mando, subjugando-o sob o fetiche dos seus encantos! Parafraseando frase de Vinícius sobre o ditame da beleza, contraponho: as feias que me perdoem, mas a beleza interior é fundamental!