terça-feira, 15 de dezembro de 2009

LIBELO CONTRA OS APÁTRIDAS


Se existe algo que me deixa encanzinado, é sintonizar as "nossas" emissoras de rádio e televisão.O ouvinte menos avisado há de pensar que se encontra em Nova Iorque! Também fico amargurado, ao tomar ciência dos perniciosos lançamentos das poderosas gravadoras multinacionais. Toda essa máfia, atrelada e subserviente a escusos interesses mercantilistas, descaradamente age a serviço do capital internacional. Senão, como explicar o trombeteio, a avalanche e a obssessiva e torrencial divulgação de ritmos e costumes alienígenas e discrepantes das nossas raízes culturais? De par com o notório mau gosto, o grotesco, a zombaria e o popularesco das questionadas programações, analisemos, por partes, e desdobradamente, o ridiculo de tudo isso. A começar pela berraria dos chamados "jingles" e mais anúncios comerciais, nas rádios e TVs. Nesse particular, a idiotice atinge as raias do bestificante absurdo. Já disse outrora e volto a repisar metafórica imagem antes utilizada, por julgá-la oportuna e pertinente: pelo alarido e histéricos grunhidos dos corifeus integrantes dos órgãos difusores - ao apregoarem produtos mercantis aos microfones - mais se apresentam como ventríloquos de porcos agonizantes! Será que pensam que somos surdos? Mesmo anátema, aplicável também, e por extensão, aos narradores futebolísticos: grávidos de ordenanças superiores dos chefetes - para fanatizar e anestesiar a plebe - ao se esbaldarem em histéricos gritedos, ficam mais parecendo se encontrar em trabalho de parto, parindo o gol. Mal sabem,todos eles, da irritação, dos males e agressões que causam à sensibilidade auditiva do indefeso ouvinte! Já no tocante à simiesca seleção musical das monopolistas redes de emissoras, in genere, deduzo que seus programadores devam sofrer de transtornos sado-masoquísticos: selecionam e tonitruam repetitivas bandas anglicistas ao compasso de bundas furibundas, embaladas em frenéticos ritmos de dois acordes, ao balanço do rock e do tal de reggae. Todo esse escatológico espetáculo circense é emoldurado pela servil predominância da abominável língua inglesa, de cujo idioma nada entendem, nem eles nem seus decantados bandos de famigerados cantores e acompanhantes. A propósito, e tal como já sugeri num texto anterior, julgo oportuno enfatizar agora: a continuar esse despautério, seria conveniente o senhor Luiz Inácio reencetar nova reforma linguística, agora para decretar o inglês como nosso idioma pátrio!Funesta consequência desse descalabro, onde estão os nossos inspirados compositores, geniais instrumentistas e grandes cantores da legítima, sonora e autêntica música brasileira? Desprestigiados e relegados ao ostracismo! O que se vê, e só o que se vê, são os grandes conglomerados da comunicação a difundirem e papaguearem a praga dos estrangeirismos,servindo de pregoeiras do atraso, em estúpido processo masturbatório mental, reprodutivo e propagatório de insalubres síndromes orgásticas prenhes de estultas macaquices. Moral da história: O mau exemplo, a etiologia, a epidêmica disseminação dessa barbárie vem lá de cima, com a conivência, o incentivo e o aplauso das hostes palacianas e planaltinas - vanguardeiras dos solecismos, do analfabetismo, do palavrão e do lixo cultural. É por demais óbvio e evidente, o problema da nação é puramente educacional. O nosso País se encontra órfão de lideranças, anos-luz estagnado, subdesenvolvido, saqueado e colonizado. Estamos mergulhados na mais torpe ignorância, destituídos de patriotismo, de amor ao nosso vernáculo - que eu já chamo brasileiro - que é lindo, que é belo, e que constitui requisito e fundamento basilar da nossa soberania e nacionalidade. Pena que poucos, muito poucos, tenham consciência dos malefícios intercorrentes e da deletéria trama que nos envilece e atordoa...

sábado, 12 de dezembro de 2009

RÉQUIEM À PLEBE DESNORTEADA


Safardanas, nossos representantes políticos continuam, fagueiros, a chafurdar no lodaçal da corrupção onde porcamente se enlameiam. Já virou rotina a diuturna revelação de graves denúncias envolvendo a prática das suas ilicitudes, tais como desvio de verbas, subfaturamento de obras, prevaricação, nepotismo, sinecuras, viagens turísticas à custa do erário, concessão de privilégios, regalias, compadrismos e toda sorte de cambalachos, envolvendo governículos e poderosas empresas, sob conluio, a se locupletarem através de torpes negociatas. É um festival de mensalões, moeda verde, dinheiro nas cuecas, nos bolsos, nas meias e - quem sabe? - até naquele lugar, à falta de outros esconderijos... Tudo isso sobejamente provado, através de documentos, filmagens, gravações, rezas e indesmentíveis testemunhos que fartamente corroboram, de forma irretorquível, a abjeta e criminosa conduta. Não obstante, o "Filho do Brasil", ardilosamente, insiste na obssessiva sanha de subestimar e infirmar provas, alegando nada saber a respeito de nada. E os tribunais, tanto o Supremo como o Eleitoral, recurvados à nefasta influência do olímpico deus planaltino, fazem vista grossa ao desmazelo e à balburdia reinantes: um, dando cobertura às ilicitudes e até censurando a imprensa: o outro, ignorando a insidiosa e escancarada propaganda eleitoreira a que se lança, impunemente, o primeiro mandatário da nação, na diabólica estratégia de perpetuar no poder a malsinada sigla do ludíbrio, que apascenta seus famélicos apadrinhados. Se é verdade que cada povo tem o governo que merece, então não nos resta mais esperança alguma! A patuléia, semi-analfabeta, inculta e desinformada de todo esse escabroso processo de derrocada das instituições, dobra a espinha, genuflexa e espezinhada. A seu turno, os maquiavélicos governantes não têm o menor interesse em proporcionar educação à plebe. Ao contrário, esmeram-se no astuto propósito de encher as burras e manter cabresteado o povaréu, como massa de manobra e alienado do falido sistema eleitoral, tangido a reeleger a mesma escória que o representa. O cenário é lúgubre e contristador, prenunciando dias cada vez mais sombrios para o nosso País, deitado em berço esplêndido.Vade retro, Satanás! Oremos, contritos...

sábado, 5 de dezembro de 2009

FORMAÇÃO DE QUADRILHA


Atendendo ao apelo de amigos, volto a fazer hoje a abordagem de assunto mais sério e relevante. Como é notório, com raríssimas exceções, as grandes cadeias de rádio, jornais e televisão continuam as mesmas de sempre. Maniqueístas e detentoras do monopólio da informação, prosseguem na sinistra faina de desvirtuar a realidade sócio-econômica e conjuntural do País. Assim procedem,já foi dito alhures, porque atreladas a escusos interesses dos poderosos,de quem são apaniguadas e subservientes. O poder econômico corrompe e a politicalha desserve: o arsenal noticioso da maioria das serviçais emprêsas concessionárias dessas mordômicas sinecuras - monolíticos agrupamentos informativos - deforma e distorce a opinião pública. Aperfeiçoaram-se elas em difundir politicagens e balelas esportivas,de par com o lixo da incultura, trombeteando estrangeirismos, em estulto linguajar. Adestraram-se nas artes de veicular tendencioso noticiário, entremeado de frívolos comentários ou croniquetas. Tudo adrede preparado para melhor pastorear o ingênuo e alienado rebanho de incautos, que bem amestrado, enfileirado e balindo, segue para o matadouro.Como se isso não bastara, por outro lado, e paralelamente, medra em nossa Pátria outro pestilento cancro, também deformativo da percepção popular: são as chamadas TVs por assinatura. Parece que teledirecionadas pelo mesmo espectro da decomposição social, seus responsáveis/donatários não têm pejo nem vergonha de exibir uma horrorosa, repetitiva e canhestra programação, que só deseduca e desorienta a sofrida parcela de assinantes. Tais emissoras, pela calhordice que diuturnamente divulgam e propagam através dos seus canalículos, constituem verdadeiras escolas da criminalidade, com especialização em safadezas e molecagens. Por que? No geral, sua programação de filmes é abominável e da pior qualidade, sem conteúdo algum, via de regra assente em ridículas comédias e/ou deploráveis enredos americanófilos, calcados em temas policialescos, assassinatos em série, assaltos a bancos, roubos, arrombamentos de cofres, gangsterismos, massacres, crimes hediondos, infindáveis tiroteios, trombadas de automóveis em altíssima velocidade,estupros, sequestros, ETs, lobisomens e reles vampirismos. Sempre a mesma coisa, numa repetitiva cantilena que vai de encontro aos gostos mais apurados daqueles dotados de um mínimo de discernimento e formação cultural. Toda essa estapafúrdia programação é propagada a preços extorsivos - e o que é pior - voltada para o ensinamento e incentivo das mais torpes condutas do ser humano no trato com seus semelhantes. E,o que é mais grave, ainda: anestesiando a sensibilidade do homem frente ao macabro, tornando-o frio, indiferente e apassivado diante das rotineiras barbáries que lhes são diariamente servidas, em pratos cheios, pelas malsinadas redes. Até quando, finalmente?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ELUCUBRAÇÕES ERRADIAS


Por injunções de ordem circunstancial, num breve período e ao arrepio da minha vontade, realizei pequena pausa nos escritos deste blog. Tudo porque voltado para os arremates finais do meu livro de contos eróticos designado "Os Seios de Joana", a ser brevemente lançado na praça. Ultimado aquele desiderato, retorno com redobrado afã, na esperança de que eventuais acompanhantes não tenham me relegado ao esquecimento. Estou seriamente inclinado a suavizar a temática, optando por textos mais leves e descompromissados com a realidade político-econômica brasileira. Desconfiado de que assuntos mais relevantes e questionamentos maiores sobre a atual conjuntura não encontram maior receptividade no meio social. Ainda que pesarosamente, sou forçado a admitir que vivemos num País que não é sério. Aqui, em nossa nação, sobreleva o interesse da cidadania estritamente voltado para o consumismo, a balada, o futebol e o carnaval. Todo o resto é secundário. É contristador reconhecer que vivemos numa Pátria cuja expressiva maioria dos seus concidadãos é constituída de analfabetos, por isso mesmo avessa à leitura de livros, jornais ou revistas. E o que é pior, o exemplo vem lá de cima, para nosso opróbrio e vergonha. O populacho só se interessa pelo noticiário de crimes nefandos, sorteios de jogatinas, resultados de pugnas esportivas, sexo ou safadezas. Com raras e honrosas exceções, é claro, especialmente daqueles poucos que me lêem. Então eu me curvo a essas preferências nacionais, sob pena de ficar falando sozinho. Não adianta pregar no deserto.Desse mato não sai coelho. Meu primeiro livro, versando contos, causos, nostalgias e poemas românticos, foi uma tentativa de ignorar ou subverter essa realidade. Verdade que me trouxe realizações de ordem pessoal e muitas alegrias. Mas nele havia eu professado que haveria de ser o primeiro e único, dizia, por vivermos num País de desdentados, de gente não afeita à leitura. Acabei quebrando a promessa, a instâncias de amigos.Mas voltei reformulado, reciclado e seguidor de outra concepção literária, qual seja, com temática assente em contos eróticos e picarescos. Embora liberto de maiores pretensões ou veleidades, fico na esperança de que tal proposta, ora consagrada, encontre melhor respaldo e aceitação popular.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

PÃO E CIRCO PARA A PATULÉIA


Além fronteiras, o Brasil só é conhecido como o País do futebol e do carnaval. Triste sina! Carnaval o ano inteiro, especialmente nos Estados mais depauperados, a plebe anestesiada e a rebolar, em ritmos alucinantes, afogueada pelo trago, em febrís assomos de sensualidade, esquecendo e mascarando a penúria e a barbárie do ano inteiro.E tome carradas de futebol todos os dias. Rádios, jornais, televisões, enfim todos os órgãos de difusão, atrelados ao poder dominante, a fazer coro, alardear, tonitroar, veicular e enfatizar a prioridade dos embates futebolísticos, como se tais disputas fossem a coisa mais importante do mundo.Nesse particular, são páginas inteiras de notícias, transmissões,narrativas e intermináveis comentários, em doses maciças e cavalares, durante todas as horas do dia, em altíssimos decibéis, atordoando os nossos pobres ouvidos. Locutores esportivos a berrarem, em uníssono, quais porcos agonizantes, fanatizando a ignara plebe e endeusando ídolos de barro, cujas entrevistas desnudam, em maioria, o seu despreparo, mercantilismo e ignorância.Será que eles pensam que somos surdos? Entorpecida a massa e consumada essa deplorável catequese, pela torrente de emulações clubísticas forjadas, não têm pejo, esses mesmos arcanjos da incultura, de a posteriori criticarem as criminosas torcidas organizadas, as depredações, as brigas, os morticínios e os crimes provocados pela cegueira das paixões, que eles próprios ardorosamente cacarejam e fomentam. Entrementes, o povaréu, semi-analfabeto, se queda embuçalado, alienado e indiferente aos relevantes assuntos de ordem social e político-administrativos que afligem a nação. Valendo-me de propositada metáfora,imaginemos o circo montado com o populacho embasbacado nas arquibancadas, assistindo aos conhecidos vendilhões e eternos titulares de escol - fina flôr da molecagem - entrarem no campo e a se esparramar nos gramados, entre acrobáticos dribles, negaceios e filigranas, nos figurativos palcos dos estádios, sempre travestidos com os multivários uniformes da barganha e das imorais associações, cambalachos e arreglos partidários. Mas, sic et in quantum, a pátria está salva, salve, salve: afinal, vamos sediar a copa do mundo e as olimpíadas! E o Presidente chorou com a conquista desses galardões! Mas nunca antes na história deste governo, nenhuma lágrima dele rolou à vista dos moribundos desassistidos nos corredores dos hospitais, pelo infortúnio reinante, pela criminalidade, pelas doenças infecto-contagiosas, pela falta de leito nos nosocômios, pelos alarmantes índices de mortalidade infantil, pela falta de verbas e carência dos mais elementares recursos de ordem material e humana! De outra parte, vultosas verbas governamentais já são comprometidas, envolvendo bilhões sob confisco do dinheiro público, a serem carreadas para a montagem desse novo circo de burlantims. Enquanto a saúde, a educação, a segurança, a droga, o crime, o tráfico e o contrabando de armas - todas essas mazelas nacionais - continuarão a fazer tremular bem alto a bandeira brasileira, ostentando o nosso magnífico título internacional de campeões da miséria, do opróbrio e da falta de vergonha...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

OS FAMIGERADOS DEUSES DO PLANALTO


A criação de Brasília foi um tresloucado sonho e serviu para enriquecer alguns poucos e depauperar o aviltado povo brasileiro! Só para refrescar a lembrança de muitos desmemoriados, atente-se para o fato de que, expirado o mandato de JK, ele não conseguiu reeleger o seu sucessor, sendo fragorosamente derrotado nas urnas pelo "homem da vassoura". Janio teria sido eleito, então, com a incumbência de varrer a corrupção reinante no planalto.Embora enaltecido por desavisados, entendo que Juscelino deu início à quebra da previdência social, sendo responsável pelo desvio de verbas e malbaratação de recursos em pró do seu fantasioso projeto que fazia sobrelevar a sua vaidade pessoal de emérito dançarino e "peixe-vivo". Tanto é verdade que, antes de JK,o Brasil estava bem com as suas finanças e a previdência social era um mar de rosas. Cada categoria de trabalhadores tinha o seu organismo assistencial próprio, desempenhando ordenadamente a sua missão. A unificação dos institutos, com a criação do malfadado INSS, foi outro clamoroso erro. Constituiu no nascedouro de um monstrengo, difícil de gerir, administrar e supervisionar, ensejando a malversação de recursos, a gastança do dinheiro público e a subsequënte impunidade dos sanguessugas, tudo sob a batuta do governo e seus sucessores, orquestradores todos desse descalabro e interessados diretos no desvio de tais rubricas que só Deus sabe para onde eram e são carreadas. Além do mais, e salvo melhor juízo, JK foi igual incentivador daquilo que considero verdadeiro crime lesa-pátria: priorizou o automóvel e incrementou prioritariamente a via rodoviária, na incontida ânsia de abrir estradas e soterrar as ferrovias - estas, inquestionavelmente, um transporte muito mais eficaz, seguro e econômico,assim como eram os bondes. O resultado aí está: rodovias em precaríssimo estado de conservação; transporte urbano e de cargas reduzido quase que exclusivamente à utilização de automóveis, jamantas, caminhões, ônibus e mais obsoletas maquinarias que são verdadeiras sucatas, abarrotando as estradas, sem condições mínimas de trafegabilidade. Toda essa parafernália se entrecruzando num pandemônio infernal, em impunes abalroamentos e mais sequelas de mortíferas e cruentas batalhas de trânsito, infestando de tragédias os descaminhos. E o que é mais grave, sobrecarregando as nossas esburacadas rodovias, em alta velocidade e a provocar todas sorte de acidentes e geral morticínio, enlutando, diariamente, inúmeras famílias, em decorrência do criminoso abandono, má sinalização e total ausência de policiamento. Todo esse macabro cenário a se desenrolar sob o complacente e criminoso olhar dos atuais detentores de mandato popular.De outra parte, e concomitantemente, junto com outras epidemias, ora grassa em nossa desvalida nação contagiante febre disseminada por todos os Estados federativos: presidente, governadores, prefeitos et caterva estão todos com fixação e deslumbrados pela idéia de tirar proveito máximo dos seus cargos, no afã de realizarem sucessivas viagens de recreio internacional à nossa custa, sob qualquer pretexto, às expensas das combalidas finanças públicas. Tudo sob a pueril e graciosa argumentação de estarem conquistando novos mercados... Isso é um opróbrio e um descalabro a ser desmascarado! E o que é pior, o exemplo vem lá de cima, desse (des)governo que nada sabe e nada vê, porque adstrito a uma perene e demagógica campanha eleitoreira. Pelo que se observa, interessado apenas em turísticas andanças mundão afora, supremo mandatário e sua comitiva de camaleões, todos sorridentes a voejarem na espaçonave oficial , numa gélida indiferença à miséria reinante nas planícies aqui debaixo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

SEPARATISMO


Embora vivendo atualmente na bela Florianópolis, sou gaúcho e apartidário. No meu primeiro livro fiz constar que me conceituava, em tese, como adepto do separatismo.Consciente, todavia, de que tal posicionamento era utopico, sonho de uma noite de verão. Enfatizava, por julgar óbvio e evidente, que o cone sul da nação (assim compreendidos os Estados do Rio Grande, Santa Catarina e Paraná) contrasta, de maneira frontal, com os demais Estados irmãos integrantes do norte, nordeste e demais regiões do País. De modo especial, dizia, no concernente a distâncias, raízes, clima, economia, linguajar, tradições, folclore, música e costumes.Falar em clima é prevalecimento, pois enquanto aqui nestas plagas vivemos a pelejar contra os flagelos da hibernia, chuvaradas e enchentes, sobrevivendo às intempéries numa luta sem quartel,nas outras paragens reina o deus sol, magnificente. Em contraposição e apenas ad argumentandum, Ceará e Alagoas, por exemplo, configuram o paraíso terrestre, dado o esplendor das suas praias resplandecentes.Mas lá é outro País... Embora sabedor de que a constituição veda o separatismo, acenava eu, então, com a viabilidade de reforma da carta magna.Argüía, em reforço dessa tese, com a circunstancialidade de vivermos numa nação continental e, por isso mesmo, difícil de ser administrada por uma cúpula de politicóides entronada no longínquo planalto e cega e ensurdecida às prementes necessidades, exigências e cruciantes diferenças regionais. A título de ilustração, é por demais consabido, o Uruguai - que já foi considerado a Suíça sul-americana - é detentor de área geográfica equivalente ao Estado do Rio Grande do Sul. Notoriamente, esse fato de per si há de facilitar o controle e a boa administração das suas finanças, sobrestando a corrupção desenfreada, tal como campeia, livre, em nossa combalida pátria. Pergunto agora: e o nosso gigante adormecido, eternamente deitado em berço esplêndido, enredado por todas essas marcantes diferenças étnicas e consuetudinárias, como gerir e moralizar todo esse vasto território, concentrando o poder num só caricato homem, deslumbrado pela vaidade do mando e a se julgar todo-poderoso e senhor absoluto de todas as vontades???

terça-feira, 22 de setembro de 2009

CONTROLE DA NATALIDADE E INCÚRIA


Neste pobre País de desdentados, constitui sacrilégio falar-se em controle da natalidade. Tudo porque crenças religiosas e padrecos sempre a isso se opuseram, frontalmente . Associados a essa inconsequënte e criminosa postura, estão os governantes e legisladores, sabido que providências tendentes a equacionar o problema haverão de trazer desprestígio político e não redundarão em dividendos eleitoreiros. A adoção do contrôle da natalidade urge e se impõe como medida premente , sendo certo que a multiplicação desordenada de gente paupérrima, que se reproduz feito ratazanas, se apresenta como fato gerador da miséria, do roubo, do assalto e de toda uma gama de doenças e mazelas que recaem sobre uma população empobrecida, que sucumbe e morre à mingua de vitais recursos para sua sobrevivência. Como prova disso, basta se atente para o fato de que nos morros, favelas e casebres, o índice de mortalidade infantil se nos equipara aos povos mais atrasados do mundo! É uma hecatombe nacional, para nosso opróbrio e vergonha! Gigantesco problema social que só a politicalha e a igreja teimam em não encarar, por inconfessáveis motivos. É quadro desalentador e dantesco verificarmos que a maioria da população vive à margem da sociedade, habitando tugúrios, sem condições mínimas de salubridade, higiene e saneamento básico, tendo a fome e a doença por companheiras. São milhares de vítimas relegadas ao desamparo e a assistir, do alto dos morros, o insensato proceder de uma elite cujos deuses são a frivolidade e o consumismo, sob o olhar conivente da igreja, aferroada a anacrônicos princípios dogmáticos, de par com a fria indiferença do amestrado rebanho e silenciosa cumplicidade dos politicóides. Todos pastoreados, por fim, por aqueles que se arvoram líderes, mas que não passam de reles espertalhões a se apascentarem da desgraça e da ignorância, cevando-se nessa ignominiosa torpeza. Verdade que nada disso comove ou sensibiliza a mais alta côrte, essa cúpula formada por uma insensível casta que viceja no planalto e se adonou do poder, extorqüindo, criando e reajustando impostos escorchantes, sem pejo algum, tendo a petulância de alegar falta de verbas para as mais comezinhas promoções de amparo a uma população desassistida. Si et in quantum, e a contrario sensu, essa turba de vassalos e amigos do rei se esbalda na abastança, desviando vultosas verbas para a construção de faraônicas obras, absolutamente desnecessárias, aumentando os gastos públicos de forma iníqua, desordenada e irresponsável. Constroem ou habitam palácios, adquirem veículos de altíssimo custo e mais luxuosas aeronaves para intermináveis viagens turísticas pelo País e ao redor do mundo. Tudo à custa do erário público e secundados por enormes comitivas de sorridentes camaleões, a engordarem no desfrute de nababescas recepções, regadas com os melhores uísques, champanhotas e capitosos vinhos. Quer dizer, segundo eles, não há recursos para investimentos de natureza relevante e prioritária. Irônica e paradoxalmente, abundam provisões destinadas ao carnaval e - pasmem - para sediar a copa do mundo e mais aquisição de caríssimos jatos e arsenal bélico. Ignoram que a revolução medra aqui dentro, onde se alastra a guerra civil, a mortandade, os assassinatos, com a malta que habita os morros, enfurecida e chapada, a invadir as cidades, praticando toda sorte de barbarismos. Tudo sob o maléfico influxo da droga, cujo tráfico e contrabando de armas campeiam livremente.Todo esse macabro cenário se desenrola numa nação indigente e desfalcada das mais elementares obrigações que constituem promordial dever do Estado, que são educação, saúde pública, emprego e segurança...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

MONOPÓLIO DA INFORMAÇÃO


O processo informativo brasileiro, de modo especial no concernente ao noticiário de fatos políticos e econômico-financeiros, assemelha-se a verdadeiro monopólio.Valho-me de propositada metáfora para pincelar esse quadro doentio e sua etiologia, que tem nascedouro nos apátridas e vendilhões do templo, com tentáculos desdobrados nas grandes cadeias aglutinadas em centenas de corporações midiáticas, facilmente identificáveis. São elas que, de maneira sórdida, solertemente manobram no sentido de achincalhar as nossas tradições, avacalhando aquilo que um País tem de mais sagrado, que é a educação do povo, sua cultura e o seu idioma. Desgraçadamente,foram tais agrupamentos aquinhoados como detentores do monopólio da informação, a troco de barganhas, favorecimentos e privilégios. Tudo resultante da concessão de enormes cadeias de jornais, rádios e televisões a soldo dos poderosos e a serviço de escusos e inconfessáveis interesses políticos ou religiosos. Abstração feita a raras e honrosas exceções, tais formidáveis grupos constituem potentes órgãos difusores da distorção e da inverdade, especializando-se em fazer a lavagem cerebral da plebe e dando destaque a crimes, falcatruas, jogatinas, contendas esportivas, estimulando a alienação, o supérfluo e todo tipo de safadezas. Esmeram-se tais conglomerados no desvirtuamento da realidade,fazendo apologia da burrice, espezinhando as nossas raízes, desprezando os nossos costumes, papagueando a praga dos vocábulos na língua inglesa, impingindo músicas alienígenas e popularescas de baixa qualidade, ritmadas por rocambolescos trejeitos e macaquices americanófilas. À testa dessas poderosas cadeias se enfileiram os amigos do rei, seus cupinchas e apaniguados, verdadeiro cipoal de politiqueiros e sua rede formada por compadrescos e aparentados. O mal tem sua orígem lá no planalto, espraiando-se tal qual repugnante cancro, pestilento e gangrenoso, a se irradiar em metásteses e malcheirosos pruridos. Possui orígem na falta de patriotismo, na ganância e na sede de poder. Os politiqueiros, esses parasitas, são endeusados pela mídia, entronados em palcos, palanques e vitrines. Parece que foi Lincoln quem disse, se queres conhecer um homem, dá-lhe o poder. O poder corrompe, infla as vaidades, concede a ilusão do mando e da riqueza.Na ordem do dia uma infeliz declaração de corifeu do poder, decantando as vantagens da estatização. Nietzche, do alto da sua sabedoria, já observara que onde começa o Estado aí termina o indivíduo.Minha advertência final: é preciso desmistificar os políticos, dessacralizá-los, subtrair-lhes essa aura principesca de influentes manda-chuvas. Devemos encará-los como seres comuns, nossos mandaletes, pois lá estão para nos servir e dar cumprimento às promessas de campanha. São pagos por nós, sustentados por nós, e por isso a nós assiste o impostergável direito de olhá-los de frente, cara a cara, exigindo e cobrando deles aquilo que for de seu dever, como nossos representantes, denunciando seus desvios de conduta sob pena de rigorosa e exemplar punição.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

POLITICALHA E DEMOCRACIA DE FACHADA


Ora, tenham paciência! Isso tudo tem limite! Democracia de fachada é o que nós temos, essa a dolorosa realidade. Quem elege essa canalha é o poder econômico. Num triste País como o nosso, de terceiro mundo, onde a avassaladora maioria do povo é constituída de analfabetos de pai e mãe, o voto consciente de uma minoria letrada é um desperdício. A solução? Transparece nítida e a olhos vistos para quem tenha um mínimo de inteligência: acabar com o voto obrigatório e promover a paralela extinção do voto do analfabeto. Por que? É elementar, tais providências haveriam de fazer com que só comparecessem à urnas pessoas politicamente esclarecidas e ciosas da seleta escolha dos seus candidatos. Seria o fim do voto de curral ou a cabresto, bem como da perniciosa compra de sufrágios nas zonas pobres e vilarejos, a troco de barganhas. Verdade que, forçoso é admitir, a adoção das medidas recomendadas se afigura impraticável, por contrariar maquiavélicos interesses da politicagem de plantão. Quanto mais burro e ignorante o eleitor, mais se elegem e reelegem os corruptos e demagogos que envergonham a nação. A propósito, e apenas ad argumentandum, há décadas atrás um graduado militar provocou celeuma e controvérsias ao figurativamente proclamar que o voto de uma lavadeira não poderia ter o mesmo peso e igualdade em relação ao voto de um general... Embora revestindo foros de elitismo, tal colocação dá o que pensar. A bem da verdade, faço aqui uma ressalva para declarar que não sou militarista nem adepto da ditadura, posições decantadas por conhecido comunicador local. Mas sejamos sinceros e realistas: o contingente massudo e expressivamente majoritário de votantes apedeutas e analfabetos é que sufraga essa camarilha de quadrilheiros, energúmenos, safardanas e corruptos que se eterniza no poder, raspando os cofres públicos através de rapinagens e falcatruas, atravancando o desenvolvimento do País. Aí estão causa e efeito, perfeitamente delineados, sob o manto protetor da mídia interesseira e conivente que, de forma irresponsável, acoberta esse descalabro.Todo esse cenário abroquelado pela pasmaceira do populacho, que a tudo assiste, embasbacado. Enquanto isso, a cidadania chafurda nesse lamaçal, engabelada pela ilusória cantilena das sereias que , em afronta à mediana inteligência, entoa o falso pregão de estarem sanadas as finanças, contida a inflação, desemprego em queda, inexistência de crise, mais outras tantas aleivosas e inconsequëntes mentiras tendentes a ludibriar os incautos.Queda da inflação? Já sustentei antes e repito agora: neste governo a única coisa que baixa é calcinha de mulher! Enquanto isso, os politiqueiros se esmeram no estratégico depauperamento social, preocupando-se tão somente em se locupletar, enchendo as burras dos seus alforjes e dos seus familiares, que misteriosamente enriquecem da noite para o dia. E a patuléia, voltada para o futebol, a jogatina e o carnaval, faz vista grossa a esse funesto cambalacho, composto pelos politicóides e seus confrades, a mamarem, sofregamente, nas abundantes tetas públicas. Moral da história: faça um político trabalhar, não o reelegendo!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

REPRESSÃO SEXUAL


Em vias de edição, meu segundo livro denominado "Os seios de Joana", versando contos eróticos e picarescos, com leitura recomendada somente para adultos.Já na apresentação da obra ressalvei que sobrenadava, sobretudo, a minha vontade de engajamento junto àqueles que, na linha de frente, entrincheirados se encontram no combate ao obscurantismo doentio e no enfrentamento da repressão sexual. Males impostos por uma religiosidade obtusa que, desde os primórdios da humanidade, intenta castrar o homem, afrontando os mais salutares princípios biológicos que regem o universo. Herança maldita, dizia, de primitivas crenças perversamente difundidas por sectários líderes que se intitulam eleitos pelos deuses. São eles sacripantas e farisaicos pastores de almas, diabolicamente adestrados para amestrar e apascentar rebanhos conformados por dóceis ovelhas, enfileiradas e a marchar em melífluos balidos, rumo ao supremo sacrifício - sua final castração!
Por isso me associo aos libertários, aos que preconizam o desate das amarras, das presilhas, dos grilhões que nos aferroam, dos fósseis ditames preconizados por arcaicas religiões que absurdamente pretendem restringir o sexo à mera reprodução da espécie, tal como apregoa o Papa.Livres desses maléficos ditames e do malsinado estro meramente procriatório, cultuemos uma vida sexual sadia, amorosa, prenhe de carnais anelos. A repressão sexual conduz, inexoravelmente, às enfermidades da alma e do corpo.É fonte primacial de neuroses, desequilíbrios e perturbações somáticas de toda ordem, gerando desavenças e conflitos destruidores do bom relacionamento humano. Sexo é vida! Basta atentar para o fato de que a sexualidade amorosa é fonte cristalina inspiradora de todas as artes. Sensação primordial, diuturno pensamento que acompanha a maioria dos viventes no quotidiano entorno das suas multivárias atividades. Na condição de ser pensante e racional, diferenciado dos outros animais, o homem elevou o instinto carnal a paragens paradisíacas, aprimorando técnicas milenares, como o sexo tântrico, dele extraindo inefáveis gozos para seu aprazimento e felicidade terrena. Daí a razão de ser da dedicatória aposta no meu referido livro de contos eróticos, a ser brevemente lançado: "A todos aqueles que, como eu, vislumbram no amor e no sexo fundamentais fatores de vida no universo e prazerosas fontes inspiradoras de todas as artes".

sábado, 29 de agosto de 2009

SENATUS DA RES PUBLICA


O nosso senado da república é um grotesco arremedo do antigo senado romano, que deveria ser a sua fonte de inspiração. Se, para os romanos, o senatus era composto por uma assembléia de notáveis, o nosso é uma caricatura. Já bem antes da crise institucional que avassala a nação brasileira, já deblaterava eu contra o bicameralismo, por considerá-lo uma excrescência. No meu livro "Aqui me Tens de Regresso", lançado há alguns anos atrás,já enfatizava que a existência de duas casas legislativas só interessava aos profissionais da política, aos politiqueiros de plantão. Ciente de que tal sistema só servia à politicagem rasteira , sabido que, quanto mais vagas, mais cargos sinecuristas a serem preenchidos aos apaniguados. Agora, tendo em mira a crescente desmoralização do senado, entronado pela escória da nação,sou cada dia mais adepto e defensor do unicameralismo. Pergunto, para que o dualismo existencial de câmara e senado, numa brincadeira de jogo de empurra, barganhas fisiológicas, alternâncias de sessões e infinita postergação de medidas e providências que estariam a exigir dinâmica e imediatismo para sua aprovação? Acaso seria para engordar uma legião de corruptos, formada pela politicalha e sua côrte de assessores, diretores, parentes, compadres, cupinchas e mais amigos dos amigos do rei? A população não se dá conta, mas somente o senado encadea cerca de cento e um diretores de nada, todos sem fazer coisa alguma, cada um percebendo altos proventos, secundados por mais de três mil(!) cargos comissionados, todos eles aquinhoados por altos salários. E o que não dizer da câmara de deputados, composta por mais de quinhentos "picaretas" segundo antiga conceituação do supremo mandatário do país? Faz idéia o leitor de quantas mordomias, cargos comissionados e mais miríades de famélicos aproveitadores que também lá coexistem, sôfregos, vampirescamente a sugar os combalidos cofres da nação? Voltando ao senado, a coisa por lá deve ser tão boa que ninguém quer largar o osso. Aferram-se aos cargos, com unhas e dentes. Sarney, se tivesse algum resquício de dignidade, há muito teria renunciado, sabendo que o povo inteiro clama pelo seu banimento. Não obstante, lá se perpetua, agora sustentado por Lulla, Collor, Renan et caterva.Chegamos ao fundo do poço. Já foi um despautério o arquivamento das onze representações contra Sarney. O congresso acaba de aprovar a multiplicação progressiva dos vereadores, acarretando sobrecarga de maiores e vultosas despesas para os cofres públicos e multiplicação de sinecuras.Quer dizer, o governo quer se eternizar, através de cambalachos eleitoreiros , para manutenção dos seus apadrinhados. Lulla, aquele que nada viu e nada sabe, de há muito que não governa e se esbalda em manifesta e visível campanha eleitoral, acobertado pela conivência de quem deveria zelar pelo cumprimento da lei e que finge nada enxergar. Para arrematar, a culminância da absolvição de Palocci, numa decisão política recém perpetrada pelo Supremo Tribunal Federal, influenciada pelo suspeitíssimo voto do seu presidente e ministro relator, Gilmar Mendes. Palocci, todo mundo sabe, não é flor que se cheire, tanto que responde a uma cadeia de processos de natureza vária, acoimado de malversação e irregularidades de toda ordem, na sua vida pública. Mas é o braço direito de Lulla. Sem esquecer que o presidente do STF, como, de resto,a maioria dos ministros integrantes da suprema côrte, é constituída por homens da confiança e politiqueira indicação do Presidente da República...
Pobre pátria brasileira!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SUBSERVIÊNCIA COLONIAL


Não é por acaso que já ganhamos a pecha de "americanófilos" ou "país dos macacos", pelo viés da imitação e uso abusivo de vocábulos na língua inglesa. Se existe o pendor de imitar, porque não seguir o dignificante exemplo da França, que de há muito baniu esse rançoso vêzo, orgulhosa do seu acendrado patriotismo? Uma rápida leitura diária nos jornais da RBS já nos vai causar perplexidade pela reiterada prática desse simiesco servilismo. Com raras exceções,páginas inteiras são aquinhoadas a medíocres redatores atrelados a esse deplorável mister, com atentatória afronta à "última flor do Lácio". Esses arautos do arremêdo têm orgasmos mentais e se babujam em lisonjas ao descrever e bajular a frívola escória dos colunáveis. Desmancham-se eles em panegíricos laudatórios, a se desdobrar no enaltecimento dos empavonados "socialites". É o funambulesco elogio das vaidades, templário do vazio existencial. Tudo num vocabulário simplório, com terminologia espúria e entremeada de palavrórios anglicistas, que mal conhecem, a denotar falta de personalidade e parco conhecimento do idioma pátrio. É um tal de "lounge" pra cá, "home" pra lá, "love" não sei o que, "fashion", "night", "happy", "partner", "party", "garden", "link", "fitness", "gay", "vips", "Djs","hall", "music" e mais uma infinidade de excrecências verbais que nada têm a ver com o nosso vernáculo. E, o que é mais grave, sou cientificado agora da existência, no Estado catarinense, de uma faculdade da Unisul denominada "Business School" (pasmem!). Ainda, para maior estupefação nossa, um dos maiores nosocômios gaúchos ostenta, na recepção aos enfermos, através de ridiculas placas, os seguintes dizeres informativos aos pacientes: "Check In" e logo adiante ""Check out"! Quer dizer, um cristão adoentado, nervos à flor da pele e premido pela urgência da baixa hospitalar, há de sucumbir ou pela doença ou pela vergonha de se defrontar com tamanho disparate...A corroborar essa estreiteza mental, que prolifera e abunda na vacuidade da pérfida e venal imprensa, concito o desavisado leitor para que faça um passeio pelo centro da cidade e de modo atento detenha o olhar, por mera curiosidade, nos anúncios e denominações dos edifícios e casas comerciais existentes. É uma tristeza, só macaquices! Ao menos avisado, parecerá se encontrar lá pelas bandas das avenidas de New York... Prevalecimento seria traçar aqui um paralelo e fazer ligeira abordagem a respeito dos horrorosos filmes enlatados norte-americanos ou das gravações e ritmos que são diuturnamente detonados aos pobres ouvidos daqueles que ousam sintonizar quaisquer das nossas (?) rádio-emissoras ou TVs: só gritaria e música americana, para vergonha de todos nós. Nossos grandes cantores e instrumentistas relegados ao ostracismo. Consabida verdade que há escusos interesses em jogo por detrás de tudo isso. A maioria absoluta das gravadoras é constituida de conglomerados e empresas multinacionais. De outra parte, as concessões de canais de rádio e televisões são feitas só aos apaniguados e compadrescos amigos do rei, convertendo-se ditos canais em meros difusores e guardiões dos escusos interesses dos poderosos. Ironicamente, frente a esse despropósito e manifesto atropelo à cidadania, seria talvez o caso do nosso (des)governo, agora, proclamar outra desconexa reforma idiomática para, desta vez, então, decretar o inglês como língua pátria! E dizer que o nosso português é tão belo! Como antes já enfatizei no meu livro, nossos valores culturais estão de há muito postergados, soterrados pela camarilha composta pelos vendilhões do templo. A nação inteira se ajoelhou, dizia, dobrou a espinha, perdeu a auto-estima, culminando por depreciar o proprio idioma, cujo linguajar deveria fundamentar o primado da soberania nacional. Não obstante, e desgraçadamente, passou a papaguear estrangeirismos que nada têm a ver com as nossas raízes. Vale dizer, em última instância, que os princípios basilares da nação foram trocados por um prato de lentilhas, servido pelas referidas multinacionais, traficantes do poder. Elas dirigem o espetáculo, marcam o ritmo e nos fazem dançar conforme a popularesca, alienígena e jocosa música que nos impingem, de acordo com os seus sórdidos interesses mercantis. Por derradeiro, revoltado com esse servilismo colonial, lanço um repto em forma de apelo à nossa brasilidade. Entrincheirados e fortalecidos pelo espírito de nacionalidade, não devemos baixar a crista, mas sim combater os apátridas e propugnar pela intransigente defesa das nossas sagradas tradições culturais. Isto aqui ainda é Brasil, graças a Deus! Vamos substituir o vermelho, o azul e o branco listrados do pijama, digo, do uniforme do "Tio Sam" pelo nosso reverberante pendão verde-amarelo, que é muito mais bonito!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

RÉQUIEM PARA A SAÚDE PÚBLICA


Não bastasse a dengue, que assolou este pobre país desgovernado, surge agora a apavorante pandemia da gripe suína. Entrementes, a saúde pública está mergulhada no caos social. É dolorosamente contristador verificar que tudo isso exsurge, de permeio, entre outras tantas calamidades que avassaladoramente crescem, se avolumam e se desenvolvem nesta nação de analfabetos e desdentados. Somos recordistas nos índices de atraso, mortalidade infantil e insegurança. Tudo resultado da incompetência e desmazelo das inconseqüentes autoridades, a quem primordialmente incumbiria a responsabilidade de zelar pela prestação jurisdicional do Estado, no trato assistencial e médico-hospitalar de uma população desassistida.A contrario sensu, os hospitais públicos são verdadeiras pocilgas, infectas, insalubres e contagiosas, desprovidas de leitos e dos mais elementares recursos de ordem material e humana, retratando a imperdoável omissão dos governantes. Nas precárias instalações desses pardieiros, constitui rotina diária o calvário sofrido por multidões de pessoas paupérrimas, doentes ou moribundas, acotovelando-se na promiscuidade de imundos corredores, gemebundas, sofrendo dores lancinantes, agonizando umas, morrendo outras, carentes dos mais elementares cuidados e assim relegadas ao cruel abandono e desamparo. É, mas os governos e seus corifeus vivem a alardear, em cantilenas, que a saúde no Brasil vai muito bem (para eles, é claro, sotretas, bem gordos, corados, nutridos e safados)... À frente desse dantesco e horripilante quadro de horrores, haja pão e circo para o povaréu! Por incrível que pareça, é o próprio poder público o maior interessado em promover essa ruína. Quanto mais ignorante a plebe, mais se perpetuam no poder os demagogos, os "salvadores da pátria". Só não vê quem não quer enxergar: é sempre a mesma canalha a ser eleger e a se reeleger; é uma quadrilha muito bem formada que se aboletou no poder, há décadas, e não quer largar o osso de jeito algum, vivendo de falcatruas, privilégios e mordomias. E tome futebol e carnaval! Futebol todos os dias do ano, para anestesiar e entorpecer as massas. As pessoas não se dão conta de que existem obscuros e maquiavélicos interesses por detrás disso tudo. É o circo, acobertado por alarifes concessionários de enormes cadeias de jornais, rádio e televisão, cuja mídia, em estado de vassalagem, é manipulada para tonitroar, boquejar, repetir e alardear, em uníssono, a hipócrita, enganosa e interesseira relevância ou prioridade de tais eventos. Estou convencido de que é gastar cartucho em chimango, como se diz lá no Rio Grande, fazer a teimosa abordagem dessa temática. Não custa, todavia, lançar uma semente no deserto, na remota esperança de que frutifique um dia.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

RETIRADA COM POUCA MUNIÇÃO


Na ordem do dia o debate há pouco travado, no Senado da República, entre Pedro Simon, Collor e Renan Calheiros. Lamentável, sob todos os aspectos, a posição da dupla governista, subserviente aos ditames de Lula, intransigente defensor de Sarney. É triste e pesaroso ver o apego dessas criaturas pela manutenção dos cargos. Sarney, se tivesse dignidade e postura, há muito já deveria ter renunciado. E Lula - mestre do ludíbrio - deveria envergonhar-se de se postar ao lado destes últimos, renegando seu passado, a troco de interesses obscurantistas e notoriamente eleitoreiros. Quer se manter no poder a qualquer custo. Abstração feita à repulsiva politicagem reinante,impõe-se um breve comentário alusivo à atitude de Simon, frente ao referido debate e interpelações de que foi alvo, quando afrontado pelos lanceiros e guardiões do Sarney. Não obstante elogiado por muitos, verdade é que Simon baixou a crista e se acocorou, perante Collor. Não se fazem mais gaúchos como antigamente! Não teve pejo ao declarar que sentiu medo do furibundo olhar do algoz; e mais, que ficou temeroso pela distância em que se achavam, quando poderia ter sido alvejado mortalmente...Ora, tenham paciência! A tão decantada coragem dos velhos caudilhos, dos temidos e respeitados centauros dos pampas, onde ficou? Soterrada no passado, nos dignificantes exemplos da bravura de um Flores da Cunha, Pinheiro Machado, Leonel Brizola e tantos outros,que tornaram o Rio Grande tão respeitado no cenário nacional, por seus atos de nobreza e valentia.

TOLERÂNCIA ZERO


Pouca vergonha essa verdadeira guerra civil, essa desenfreada matança que ocorre nos dias atuais, fruto da disseminação das drogas,contrabando de armas e munições, tudo sob o olhar complacente das autoridades. A impunidade campeia, servindo de estímulo à bandidagem. Precisamos de governantes de fibra, desapegados de ambições eleitoreiras, e não dessa corja de politiqueiros que se aboletou no poder, há decênios, fingindo nada saber a respeito de nada. Torna-se imperativa a escolha de líderes que enfrentem, de crista erguida e peito aberto, essa marginália que mata, rouba, sequestra e corrompe, livre de punição.Cadeia para os corruptos! Especialmente os de colarinho branco.Bandido bom é bandido morto. Pena de morte para os crimes hediondos. Embora uma ínfima parcela de desavisados, ingênuos ou carolas, contraponha ser a pena capital irreversível, sob a pueril alegação de que inocentes poderão hipoteticamente ser sacrificados. Esquecendo, todavia,do enorme contingente de honestos cidadãos que são - estes sim - sumariamente sacrificados todos os dias, vítimas de assaltos, roubos, estupros ou sequestros e cujas mortes são incentivadas pela impunidade ou pelas inócuas penas abrandadas por pusilânimes julgadores, com embasamento no arcaico código penal vigorante. Nunca é demais lembrar, a título de ilustração, para que a árvore cresça e viçosa se desenvolva, mister se faz a extirpação dos seus galhos podres.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

REFORMA ORTOGRÁFICA FAJUTA


Estando prestes a editar um novo livro de contos, desta vez eróticos, peço vênia para manifestar meu entendimento a respeito da malsinada reforma ortográfica, recentemente aprovada. Esse posicionamento fiz questão de expressamente fazer constar já ao ensejo da apresentação da referida obra, tal como ora resumido: Salvo melhor juízo, considero despiciendas as alterações formuladas. É por demais evidente que o idioma falado por uma nação traduz a identidade cultural do seu povo, constituindo a pedra angular da sua soberania. Nosso país continental possui características próprias que lhe são imanentes, tanto que os nativos de cada Estado da federação se expressam através de linguajar, pronúncia e sotaque inconfundíveis, tudo a refletir o clima, os hábitos e os costumes de cada região. Daí porque, penso eu, nada justificava o servil intento de modificar o statu quo vigente, com o despropósito de operar uma absurda e desconexa unificação idiomática junto aos demais países de lingua portuguesa. Tudo para confundir regras ortográficas de há muito enraizadas na alma popular e por isso mesmo intangíveis. É aquela velha história: se for possível complicar, para que simplificar? Por ironia da sorte,a mutilação, digo, a questionada unificação do idioma teve nascedouro e aprovação - pasmem - partidas de governantes nossos orgulhosos de não serem adeptos da leitura. Ao contrário,não têm pejo de analtecer o analfabetismo, orgulhando-se de não lerem livros e muito menos jornais ou revistas de qualquer natureza. Não é por acaso que cometem freqüentes erros de concordância em prolixas perorações, assíduos no cometimento de gafes e barbarismos afrontantes do vernáculo,sob os aplausos da patuléia Não obstante, concretizada a balbúrdia, eu particularmente me recuso a dobrar a espinha, e genuflexo, fazer coro a esse descalabro que só há de servir para encher as burras de espertalhões e mais classes favorecidas pela desprimorosa medida. Continuarei a brandir com a minha escrita adstrita às regras do vernaculismo vigorante ao tempo do meu aprendizado. Não tenho mais idade nem tempo nem paciência para, de cócoras, me submeter aos caprichos e interesses dos serviçais do poder e seus confrades.

CONVITE


Seguindo a corrente dos blogueiros, estou me incorporando à rede. A prática está disseminada, mercê da sua dinâmica voltada para a difusão de idéias e intercâmbios posturais, segundo sua objetiva conceituação como diário virtual ou digital. Valho-me dela, portanto, para divulgar minha obra e mais posicionamentos frente à complexidade das questões culturais, sócio-econômicas e políticas que afligem a modernidade, fazendo minha profissão de fé e deliberadamente suscitando polêmicas ou controvérsias. Sem falsa modéstia, tudo no sadio propósito de me enfileirar junto àqueles que entrincheirados estão na luta por uma sociedade mais justa e liberta de preconceitos ou opressões. Sejam, pois, todos bem-vindos, honrando-me com a sua leitura e/ou manifestações que sempre haverão de receber a minha melhor acolhida.