sexta-feira, 13 de abril de 2012

Fragmentos da Verdade


Borges disse que sua obra era autobiográfica, desconhecendo uma só linha da literatura universal que não tivesse essa conotação. Para Goethe, os livros são fragmentos de uma confissão. Seriam os livros biografias dos escritores? Verdadeira a tese, vou cuidar melhor daquilo que escrevo! Entrevistado por Luiz Carlos Prates, ante microfones da Rádio CBN e câmeras da RBS TV, ao ensejo do lançamento de “Os Seios de Joana”, deparei-me com sibilina pergunta do comunicador: “algumas peripécias sexuais narradas na obra foram experiências vividas por ti?” Colhido de surpresa respondi serem frutos da imaginação. Díspares os meus livros: um sério, outro fantasioso. A julgar pelo segundo, contos eróticos, minhas narrativas poderiam ser, por equívoco, interpretadas como instigadoras de práticas licenciosas. Quando, na verdade, o propósito foi investir contra a repressão sexual fomentada por preceitos religiosos que apregoam falsos moralismos. O sexo move o mundo! Tanto que dediquei o livro àqueles que vislumbram nos atos amorosos fontes de vida no universo, inspiradoras de todas as artes. A subsistir dúvida sobre o cunho ficcional dos textos, pondero não ser justo levar fama sem proveito. Quem dera tivessem sido verdadeiros os entreveros de alcova descritos na obra!...

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