sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

CINQUENTA SONS DE TAPAS





“Cinquenta Tons de Cinza”, primeiro livro da trilogia de autora londrina, traduzido para o vernáculo. Milhões de “brochuras” abarrotam livrarias, vendendo como pastel em cancha de carreira. Leitoras, excitadas, manuseiam grossos “volumes”, em alvoroço, como se genitálias fossem. A história: macho, viril, controlador, abastado, conquista virgem, universitária. A obra se arrasta nos expectantes prelúdios da consumação da cópula. Deflorada a moça, aberrações sexuais se sucedem pós ajuste contratual que a submete ao jugo de práticas sadomasoquísticas, como chicotadas, plugues anais, barras y otras cositas... A moçoila a tudo se sujeita, acabando por se deliciar com tais perversões, num misto de prazer e dor! Sendo mulher, a escritora se esmera na descrição de cenas cruas de delírios orgásticos, lascivos e estimulantes. Perto desse, meu livro “Os Seios de Joana”, tido como obsceno por falsos moralistas, agora pode ser lido em conventos! Que me perdoe o belo sexo, mas o estrondoso sucesso da obra, na seara feminil, coloca a nu a propriedade da frase de Nelson Rodrigues (Nem toda mulher gosta de apanhar, só as normais), já prenunciada por Noel, filósofo do samba, cantada assim: “O maior castigo que eu te dou é não te bater, pois sei que gostas de apanhar!”...







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