terça-feira, 24 de setembro de 2013

CAMBALACHO Tal como as novelas, assim o julgamento do mensalão. Critiquei o bicameralismo, os entraves entre Câmara e Senado, postergando deliberações ad infinitum. Guardadas as proporções, o mesmo ocorre no STF, que há tempos intentava punir a corja mensaleira. Justiça tardia é injustiça. Durante anos atuei nas lides forenses, batendo em retirada por desencanto com a pletora recursal e morosidade dos processos. Haja paciência para enfrentar o emperramento da máquina judiciária! Cambalacho no tribunal: os novos ministros, atrelados e comprometidos, espertamente nomeados pela presidente, mercadejaram seu aval ao favorecer os corruptos! Sectários, mandaletes, eles eram notoriamente suspeitos! A estratégia presidencial mudou as regras do jogo, com manifesta afronta à opinião publica. No caso sub judice, o servil voto de minerva foi pelo cabimento dos embargos, implicando em novo julgamento sobre questões adrede decididas! Com os recursos, a sentença recursal ficará para as calendas gregas, caindo no descrédito popular a suprema corte! Verdadeira aberratio júris a trama procrastinatória, redundando em revertério do decisório e prescrição da maioria das penas cominadas aos infratores. Lamentável o fato, a perda de tempo, tantas ilusões perdidas após tamanhas escaramuças que haviam culminado na merecida aplicação de sanções prisionais aos prevaricadores. Custo a acreditar que tudo não passou de um jogo de cartas marcadas, mero ensaio preparatório para outros intermináveis debates, com a provável impunidade dos quadrilheiros...

terça-feira, 10 de setembro de 2013

DESVARIOS DA PAIXÃO

Irracional o fanatismo das paixões ligadas à política, futebol ou religião, provocando malquerenças entre os pobres de espírito. De política, poucos entendem, sentenciava Borges, famoso literato argentino. Governar, dizia, deveria ser privilégio de gente especializada, descabendo à plebe eleger governantes, por força da sua notória apatia, desconhecimento e alienação. O povo sempre se equivoca, aduzia, indagando: acaso ele interfere na elaboração da química, uma ciência especializada, assim como é a arte de governar? Quanto ao futebol, penso eu, tanto faz ganhar ou perder, se o resultado nada acrescenta! Espetáculo circense, jogadores mercenários, camisetas promocionais, picadeiro montado para distrair a patuléia. As religiões? Por que a sanha de catequizar rebanhos, as doutrinas se arvorando em donas da verdade? Adesões cegas, passionais, a partidos, clubes ou seitas religiosas, são patológicas fixações mentais oriundas de frustrações e insegurança. A livre manifestação é direito fundamental do indivíduo, a ser exercido sem restrições, com absoluto respeito. A maioria encara o diálogo, a troca de idéias, de forma exacerbada e polêmica, sobressaindo vaidades e o obsessivo intento de predominância de convicções de ordem estritamente pessoal. Válidas as expressões de pensamento calcadas na liberdade de crenças e de opinião. O intercâmbio de idéias não é um jogo, no qual alguém pretenda impor seu entendimento de modo obstinado, arbitrário e radical
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