terça-feira, 10 de setembro de 2013

DESVARIOS DA PAIXÃO

Irracional o fanatismo das paixões ligadas à política, futebol ou religião, provocando malquerenças entre os pobres de espírito. De política, poucos entendem, sentenciava Borges, famoso literato argentino. Governar, dizia, deveria ser privilégio de gente especializada, descabendo à plebe eleger governantes, por força da sua notória apatia, desconhecimento e alienação. O povo sempre se equivoca, aduzia, indagando: acaso ele interfere na elaboração da química, uma ciência especializada, assim como é a arte de governar? Quanto ao futebol, penso eu, tanto faz ganhar ou perder, se o resultado nada acrescenta! Espetáculo circense, jogadores mercenários, camisetas promocionais, picadeiro montado para distrair a patuléia. As religiões? Por que a sanha de catequizar rebanhos, as doutrinas se arvorando em donas da verdade? Adesões cegas, passionais, a partidos, clubes ou seitas religiosas, são patológicas fixações mentais oriundas de frustrações e insegurança. A livre manifestação é direito fundamental do indivíduo, a ser exercido sem restrições, com absoluto respeito. A maioria encara o diálogo, a troca de idéias, de forma exacerbada e polêmica, sobressaindo vaidades e o obsessivo intento de predominância de convicções de ordem estritamente pessoal. Válidas as expressões de pensamento calcadas na liberdade de crenças e de opinião. O intercâmbio de idéias não é um jogo, no qual alguém pretenda impor seu entendimento de modo obstinado, arbitrário e radical
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