quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A SAÚDE NOSSA DE CADA DIA


Para não me tornar repetitivo e enfadonho, abordando temas só alusivos à nauseabunda politicalha reinante, faço hoje sucinto enfoque relativo a matéria que reputo de de suma relevância: a saúde nossa de cada dia. Diz a sabedoria popular que de médico e louco todos nós temos um pouco. Não me tenho na conta nem de um nem de outro. Mas, temerária e afoitamente, peço vênia para fazer breve incursão nessa
área, argüindo tese polêmica (como é do meu agrado) e, quiçá, estapafúrdia.Ao longo da vida dediquei-me à advocacia, até o saturamento. Batendo em retirada dessa desgastante profissão,e qual verdadeiro rato de biblioteca, mergulhei em leituras, pesquisas, sondagens, o diabo a quatro, sobre a preservação da saúde física e mental das nossas combalidas carcaças. Matutando sobre afirmativa do iluminado Osho (preclaro mestre indiano), dei-lhe inteira razão. Afirmava ele que o indicativo do grau de saúde de uma população estaria na razão direta e proporcional ao número de farmácias existentes nas comunidades. Dado e elemento esse que, desde já, se afiguram pouco lisongeiros para nós, brasileiros, levando em conta o expressivo índice de casas especializadas na comercialização de remédios, de molde a forrar as burras e os alforjes das poderosas multinacionais fabricantes dessas drogas (com perdão da má palavra). De outra parte, é sabido que a medicina também está por demais mercantilizada e cada vez mais distante do juramento de Hipócrates, que equiparava sua prática ao sacerdócio. É notório,melhor cuida e se direciona a ciência médica para a cura das doenças, e não para a sua prevenção - princípio etiológico desconsiderado - tanto que se atém ela, primordialmente, aos efeitos, menosprezando os fatores causais e determinantes das patogenias. A par disso, nossos desvalidos hospitais parecem melhor contribuir para a disseminação das moléstias infecto-contagiosas e enfermidades diversas, por absoluta carência de recursos de ordem material e humana. Criminosa, nesse particular, a indiferença e o desmazelo das autoridades.Safardanas, ditos responsáveis não elegem prioridades, desviando verbas para medidas demagógicas, popularescas e eleitoreiras, com descaso absoluto para a saúde e a segurança dos concidadãos.É o caos! Alguma coisa deve estar errada, então. Paradoxalmente, em contrapartida, a média de vida humana aumentou, de modo considerável, girando hoje ao redor dos setenta anos. Corolário do progressivo avanço da ciência e da tecnologia. A contrario sensu, patologias de toda ordem continuam minando o organismo da cristandade. Quando a morte não ceifa indivíduos ainda jovens, ressalta e se evidencia o circunstancial de que quase ninguém chega à velhice em estado saudável, como seria de esperar.Poucos são os bem-aventurados que conseguem se livrar de cardiopatias, carcinomas, alzheimers, diabetes, hipertensões,derrames, obesidades e outras mazelas que culminam por infernizar a vida da maioria das criaturas, sobreviventes à custa de sofrimentos e angústias inenarráveis. As pessoas, de um modo geral,estão se tornando hipocondríacas: é remédio para dormir, para emagrecer, para livrar dores de cabeça, para intestino preso, para depressão, para labirintites, para síndromes de pânico, para obter ereção e sei mais lá o quê...O homem é aquilo que come (no bom sentido, é claro!). Não residirá aí o problema, a fonte de todos os males? Deixo em aberto a questão, si et in quantum, para livre meditação. Num próximo texto, darei seguimento ao assunto, quando farei denúncias acopladas de análise mais objetiva e controversa da matéria. Entrementes, salud y plata a todos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu caro amigo Jayme.
É com prazer que novamente te encontro aqui postando tuas,como anteriormente escrevi,inteligentes observações .Abordasses neste escrito um assunto que , embora estudioso eu não seja, mas omo sabes convivi com a saúde por longos anos, visto ser filho de médico e sobrinho de "dentistas",ambos atuantes em suas clinicas particulares e como funcionários da saúde em Porto Alegre.
Usando isso como parametro,sou obrigado a concordar contigo que Hipocrates foi há muito esquecido pela classe cada vez mais "comercial" nessa nossa "mãe gentil".Lembro ,Jayme,que Djalmo meu pai era um médico regido pelo juramento feito quando de sua formatura ,tipo atender filas de "pacientes" na velha Cidreira ,que o esperavem nos fins de semana sem se ater a pagamentos de consultas.
Sem me estender mais, embora já o tenha feito ,aguardo a ancioso a sequencia deste. Abraços