terça-feira, 14 de setembro de 2010

RIDENDO CASTIGAT MORES


Rindo castigam-se os costumes. Retomo a célebre máxima latina para anatematizar certos hábitos hodiernos. Mateando por la matina, vez em quando me ponho a matutar na absurda ausência de personalidade da maioria das criatura. Ressalvadas honrosas exceções , questiono: por que o espírito imitativo constitui costumeira prática nos maneirismos atuais? Seremos todos produtos de fabricação em série? Subprodutos da mesma linha de montagem? Tudo em contraposição ao conceitual de indivíduo, tido como o ser que não admite divisão sem perder suas peculiaridades. Juventude aturdida pela omissão dos que deveriam orientá-la com os exemplos da altivez e do orgulho, próprios de quem se valoriza. Em contraposição,convivemos com uma mocidade desgarrada, à mercê do vicioso modernismo e da incultura. Uniformizada na vestimenta, papagueando chavões através de esdrúxulo linguajar entremeado de gírias funambulescas. Bermudões semoventes, rebeldes por natureza, acocorados frente ao desenfreado consumismo , bonés revirados, tênis e camisetas com aberrantes dísticos americanófilos, cujo significado ignoram; moçoilas, quase todas igualzitas, frívolas, destrambelhadas, desvestidas com provocante roupagem, barriguinhas à mostra,pintas, argolas e tatuagens, malabaristas no cimo de tamancões desmesurados. E os adultos? Madames emperiquitadas nos atavios da vaidade, desequilibradas no alto de pernas de pau em formato de botas ou saltões descomunais, vestidões encortinados, idêntica estamparia, bocas rebocadas de batom. E os varões, travestidos em mesmíssimos trajes de três botões, corte serial e igualitário, enforcados em gravatas de mau gosto e idêntica padronagem. Todos indiferentes ao processo de derrocada da nação,corolário da repulsiva politicagem que se esbalda na sórdida trama de perpetuar no poder os mesmos que se enlamearam num mar de corrupção e safadezas. Triste e alienada geração! Total predominância do simiesco, de par com absoluta ausência de critério e da soberba que haveria de distinguir uns e outros pelo caráter indiviso, altaneiro e personalístico da indivídualidade.

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