sábado, 19 de fevereiro de 2011
ENTERRO DA ÚLTIMA QUIMERA
Sou sentimental, dos últimos românticos. Quintana dizia desconfiar de quem não fuma. Fumar, para ele, seria uma forma disfarçada de suspirar... Especiosa metáfora! Faz tempo já larguei do vício, senão estaria morto. Bogart, renomado ator, apregoava que a humanidade estaria duas doses de uísque retardada. Outro, afirmava que beber tornaria os outros interessantes! Parafraseando Augusto dos Anjos, hoje assistimos ao enterro da última quimera, - o romantismo. Em soterramento, estão: a boemia, o lânguido erotismo, as canções inspiradas em lirismos poéticos e plangentes violões. Agora, predominam as bandas, o gritedo, o rocambolesco e a ridicularia dos saracoteios. Próprios de uma população obscurecida pelo atraso, que só beneficia os demagogos e apaniguados concessionários das poderosas cadeias de comunicação. Daí porque lastimo o vazio de corações empedernidos, a massificação da juventude, em cujas mentes, em formação, é inculcada a idolatria a estrangeirismos e caipiradas, de baixa categoria, fomentados por sórdidos interesses mercantis. Bendigo um passado risonho, de noites enluaradas, impregnado de sensibilidade, de romanticismo e encantamento, de par com a sublime deificação da mulher, tal como idealizada em sonhos e quiméricos devaneios...
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