terça-feira, 17 de maio de 2011

NO RASTRO DA LOUCURA



Difícil encontrar gente normal! Realmente, raras as pessoas sensatas, de juízo perfeito. Erasmo de Rotterdam escreveu o “Elogio da Loucura”, livro consagrado através dos séculos, com substrato de marcante atualidade. Acerba crítica aos tradicionais valores, preconizando a libertação, o prazer e o desprezo à opressiva racionalidade. Personificada na obra, a loucura se expressava dizendo habitar o casamento, as leis, a ciência, as artes e a religião, como regente da política, do urbanismo e das relações humanas, incriminando a sabedoria como veneno da vida. Felizes, indago, seriam somente os mentecaptos? Contristador o tresloucado vezo imitativo dos cidadãos, prática habitual dos seus trejeitos e maneirismos, díspares com o conceitual de indivíduo. Somos criaturas simiescas, sem criatividade, uniformizadas na vestimenta e nos atavios da vaidade, subjugadas ao consumismo. Homens trajando idênticas roupagens, mulheres desfilando em iguais vestimentas, todos habitando cidades e prédios de mesmíssima conformação e estilo. Certo estaria Niestche, ao afirmar que a razão escraviza o homem, levando-o à maluquice. Daí porque resultamos todos emaranhados no desvario das paixões e enredados nas teias do amor, sentimento mais nobre, não desprovido de torturantes loucuras...

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