quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

LUIZ CARLOS PRATES

Escrevi, há tempos, no meu blog, um texto que intitulei de "Libelo contra os Apátridas". Na oportunidade, elogiava um inteligente pronunciamento televisivo feito por Prates, afamado comunicador de Floripa, denunciando o abarrotamento de carros nas vias públicas, como corolário das benesses então oferecidas pelo (des)governo às montadoras. Verberava ele, na ocasião, a aprovação de dilatados prazos e a cobrança de juros escorchantes, para aquisição de veículos. Previa a inadimplência dos ingênuos devedores, hoje uma gritante realidade. Lamentava, ainda, a imprevisão dos menos favorecidos, induzidos pela demagógica medida, na ilusão de desfilarem em carro zero, mesmo habitando casebres. Foi um Deus nos acuda! A mídia se ouriçou, histérica e alvoroçada: “então, pobre não pode ter automóvel?” Os corifeus, que se apascentam de privilégios e sinecuras, se esganiçaram, em alarido! Ora, Prates é conterrâneo, natural de Santiago do Boqueirão. Inclusive, tive a honra de ser por ele entrevistado, em rádio e televisão locais, ao ensejo do lançamento do meu segundo livro "Os Seios de Joana". Desfruta ele de ínvejável prestígio nacional, pelo arrojo e contundência das arremetidas contra o servilismo e a corrupção governamentais! O cenário atual é contristador! Em nosso país reina a miséria e o analfabetismo; o caos na saúde pública; a insegurança e a impunidade, de par com a ostentação e os pruridos de uma casta que se aboletou no poder. O tempo se encarregou de dar razão ao denunciante, comprovando o tirocínio e o patriotismo da sua advertência. As prioridades, todas relegadas a um segundo plano! Em atropelo e geométrica progressão, desponta o automóvel - máquina mortífera - a atravancar ruas e avenidas esburacadas, causando poluição e ceifando preciosas vidas. Mobilidade urbana virou um caos, com transporte público inoperante. Hoje, o que se vê é o criminoso incentivo ao festival do consumismo! Com o assalariado, de minguados recursos, a assumir dívidas impagáveis, em detrimento do sustento familiar, da moradia, da alimentação e da escolaridade dos filhos. Pobre nação a nossa, cujo governo e seus sequazes sobrepõem posses, vaidades, jogatina, copa do mundo e carnaval, acima dos primaciais e relevantes fatores que dignificam e enobrecem o ente humano, na sublime elevação do ser existencial...

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