Recentemente, grupo empresarial promoveu, em Santa Catarina, o Green Walley Festival - gigantescos palcos de música eletrônica, com 20 bandas, 30 Djs, 36 horas de “electro-rock”, no Beto Carrero World, cujo parque abriga um zoológico onde estão confinados mais de 700 animais indefesos. Abstração feita ao simiesco, à macaquice do evento, com público ao redor de 50 mil pessoas, os bichos não tiveram como fugir à berraria e aos horrorosos instrumentais. Ensurdecedoras aparelhagens, em altíssimos decibéis, retumbaram, tonitruantes, no chão, massacrando a sensibilidade auditiva da pobre bicharada, provocando estresse e danos irreparáveis à sua saúde. Em proteção às espécies, o projeto fora, por duas vezes, reprovado pelo IBAMA, que, estranhavelmente, culminou por aprovar a malsinada festa “rave”. Paradoxal e concomitantemente, a mesma rede promotora havia veiculado artigo, na imprensa, condenando a troca de iluminação em duas praças de Florianópolis, sob a alegação de que as novas lâmpadas desorientariam os pássaros, pelo excesso de luz! Duas posições antagônicas, dignas de registro, para perplexidade geral. Dessa contradição emerge o lado desumano do sistema vigente, arraigado ao lucro e à exploração mercantilista, sem levar em conta sentimentos altruísticos de caridade, compaixão, nacionalismo e sagrado respeito à natureza. De tudo, resulta uma certeza inequívoca: ou os animais do parque zoológico Beto Carrero World restaram surdos, ou estarão todos, agora, falando inglês e dançando rock´n roll...
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
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