Levar
vantagem em tudo, a regra. Desapego, hoje, figura de retórica! Criaturas
voltadas para si, ególatras por ambição. Venerado como um deus, o vil metal
rege o conturbado viver de uma maioria fixada em poses e aparências. Pobres de
espírito, ensimesmados, a se enlamear no lodaçal das suas vaidades. A vaguear,
obcecados pela imagem refletida nos olhos dos outros. Caprichoso, o destino
cedo ou tarde irá despertá-los do torpor dessa miragem. A empáfia e a arrogância
próprias desse frívolo proceder trazem à baila o escárnio de Fernando Pessoa: ”nunca
conheci quem tivesse levado porrada...”
Ou a ferina ironia de Schopenhauer ao relatar os atos de execução de um
condenado à morte que havia solicitado,
como último desejo, lhe fosse permitido tomar banho e fazer a barba. Indagava o
filósofo: que importância teria, para um imbecil in extremis, o que dele poderiam pensar os assistentes, - um bando
de paspalhos? Coloco em realce tais enfoques
para evidenciar os males que infernizam o existencial, advindos da soberba,
ganância e emulações, abundantes nas relações interpessoais. Na vã esperança de
que este libelo contra essas aberrações há de contribuir para um ideal
fortalecimento dos sagrados laços de afetividade e fraternal convívio no âmbito
familiar e societário.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
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