quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ENFUNANDO VELAS


Metáfora de rara beleza: a vida é uma viagem! Sem retorno. Passagem só de ida, em navio que ruma para um inexorável destino, a morte. Em cada porto, uma sucessão de acasos: passageiros embarcando, outros descendo, alguns lançados ao mar durante a travessia... A bordo, despedidas, novas amizades, conquistas, desenganos... Durante o percurso, escotilhas descortinam céu azul ou maresias, entremeando luzes e temporais. A existência não pode prescindir do conhecimento. As marés da vida aniquilam os fracos, revigorando os fortes. O fadário aponta para uma nova realidade comportamental, ancorada nos fundamentos do carpe diem. Usufruir o aqui e agora, atentos a inefáveis gozos e carnais anelos, posto que a ninguém é dado saber do dia de amanhã. O presente, como o próprio nome indica, deve ser encarado como um regalo, com mesclas de contubérnio e afeto. Curvo-me à assertiva que adverte: “vive cada jornada como se fosse a última, pois um dia você acerta”! Deixando de lado macambúzias divagações, um farol existencial há de orientar os navegantes para uma vida estreme de melindres e ostentações. Bom demais é tocar o remo devagar, barco ondulando ao sopro da brisa leve e calmarias, num verde mar de esperanças, livre dos rochedos e distanciado do ilusório canto das sereias.

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