quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DA NECESSIDADE DE SE ILUDIR


Vivemos de expectativas, pensando no amanhã, desligados do dia presente. A fantasiar quimeras, jamais satisfeitos com aquilo que temos. Propositada, aqui, a secular advertência dos sábios hindus: nem todo o ouro do mundo nem todas as mulheres são suficientes para um só homem! A vida em sociedade é nascedouro de competições, com seu cortejo de emulações e rivalidades. Disputas por cargos, posições, honrarias... Pecúnia, força atrativa de bajulações e ciumeiras. Por detrás desse grotesco cenário de mesquinharias, coexiste formidando arsenal forjador de estultices: a “imprensa marrom” e a máquina fazedora de sonhos - a televisão. A primeira, genuflexa e comprometida, zelosa em babujar poderosos; a outra, cujos canais abertos são fabriquetas de sonho, diligente na trama de entorpecer legião de incautos, com suas frívolas novelas e baixarias. Forçoso exorcizar esse conjuro! Pés assentes no chão, despertos dessa ardilosa fixação no fausto e na riqueza, para ilusória miragem dos desvalidos. É tempo ainda de reciclagem, olhos fitos na realidade, para retempero de energias e aprimoramento do caráter. Só assim, ao reformular conceitos, espargindo afetos, poderá o ser humano se capacitar de que a felicidade consiste no simples fato de existir e vivenciar amores.

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