segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

INSTITUIÇÃO FALIDA


Escrevo sobre o casamento, em tese. Recente entrevista dá conta do ínfimo percentual de uniões felizes. Evidência maior da derrocada, as dificuldades inerentes à chamada sociedade conjugal, em franca decadência. Segundo preconizam os doutos, as sociedades, in genere, constituem fontes de atrito e pressupõem a existência de liderança. Onde, pergunto, a pretensa igualdade entre os cônjuges? Iniludível o raciocínio de que o matrimônio é matriz de discórdias. As criaturas sofrem mutações no decorrer do tempo, evoluindo umas, ficando outras estagnadas. É quando sobressaem os diferenciais, explodem as ciumeiras e as malquerenças, próprias de uma convivência rotineira e acomodatícia, quase sempre possessiva. A igreja e o Estado, ardilosamente, vislumbraram nessa aberratio, que é a sociedade nupcial, o ferrete para amestrar pessoas, manietando-as com os torniquetes da lei e dos “sacrossantos” dogmas religiosos. Foi assim que a cristandade passou a fazer parte do imenso rebanho pastoreado por religião e politicalha. Não bastasse a absurda indissolubilidade do vínculo esponsalício, pela crença religiosa, o Estado passou a estender seus tentáculos, imiscuindo-se até nas relações de ordem familiar e também nos direitos inalienáveis do indivíduo, privando-o do supremo bem que é a liberdade.

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