quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
REBUSQUES GAUDÉRIOS
Abrandar a escrita, aconselham-me alguns. Utilização de fraseado simples, consonante com o baixo nível de instrução pátrio. Pesquisas revelam: metade da população brasileira é semi-analfabeta! Nivelar por baixo seria, então, compactuar com a aberração do “lulês”, apregoado pelos corifeus do poder, onde despontam apedeutas com arreganhos de saber. Acomodar a escrita ao perfil da maioria em nada haveria de contribuir para o aprimoramento do nosso padrão cultural. Seria como negar acesso popular à música erudita. Certa feita, muito elogiei minha querida Santiago do Boqueirão pela existência do Clube Amigos de Beethoven. Pois houve quem me contestasse, sustentando que a comunidade deveria cultuar somente os ritmos galponeiros e popularescos! Sem demérito algum para os nativistas, a difusão da música clássica só dignifica nossa designada "Terra dos Poetas", fazendo jus à decantada intelectualidade dos seus expoentes. Escrever é fácil, mesmo com parco vocabulário reduzido a meia dúzia de palavras! No entanto, a beleza da escrita subsume a lapidação da frase, o garimpo da palavra certa, a musicalidade da prosa, pinçando verbos e colorindo sentenças. Em contraposição ao lixo vocabular do “internetês”, repositório de expressões chulas e crassos erros idiomáticos. Tudo num flagrante atentado à correção do vernáculo e perniciosa afronta à última flor do Lácio, numa feroz arremetida contra a erudição.
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Um comentário:
Adorei sua forma de escrita, quem dera eu, tivesse tanto "tato" ao escrever. Mas, quando crescer quero escrever igual a você.
Parabéns!
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