quinta-feira, 27 de setembro de 2012
SAUDADE DO PASSADO
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
ORAÇÃO AO AMIGO AUSENTE
Chove lá fora. Tarde fria e cinzenta! Pingos escorrem na vidraça, parecendo lágrimas vertidas pela evasão do amigo para ignotas plagas. Vai-se, com ele, uma parte da gente. Ganas de chorar, porque a passagem ocorre sem despedida. Sobrevêm a culpa pelo tempo desperdiçado em tão curta convivência. Alma sangrando, sob o torturante impacto emocional! A parca não avisa quando vem! Por que, pergunto eu, no oportuno tempo não proclamei a importância do nosso vínculo afetivo? Frente ao vazio que se escancara, só então me aturde o remorso pela incúria. E é na solidão, no agônico estertor da penitência, ensombrado pelo lento perpassar das horas, que me dou conta do efêmero da vida. É quando, revoltado, em assomos de indignação, blasfemo: Deus, por que tanto amargor? Por que o castigo da perda, após a dádiva da amizade? Senhor, todo poderoso, que é só luz e bondade... por quê? Oh céus! Por quê?! Aferro-me a triste consolo: lá, nas distantes esferas, há de existir mais vida! O prematuro chamamento de quem iluminou nossa existência, terá sido - quem sabe? - para alento dos que já foram. Trazendo-nos como prêmio, talvez, no futuro, o esperado reencontro em celestiais planuras, nos umbrais de outras paragens, para o eternal abraço e o deslumbrante renascer espiritual nos etéreos páramos do além...
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
PROJETO MACABRO
Governar, em tese, seria abrir estradas, ferrovias, rotas marítimas, com incentivos a um comércio livre dos escorchantes impostos. Sangria nacional, enquanto o escoamento da produção ficar limitado a veículos de rodagem, num país continental, interligado por rodovias esburacadas. A gritaria é “ululante”! Mobilidade urbana, o caos! O governo, atrelado a poderosos grupos financeiros, concede regalias às montadoras para desova de automóveis, temendo o agravamento do desemprego! Ato contínuo, persiste em estimular o consumo, insensível à parcela dos salários já arrochada com juros e amortizações de dívidas impagáveis. Malgrado a quebradeira geral, diretrizes prosseguem voltadas para a venda de carro zero aos pobretões, prorrogando a dilação de prazos. Criminoso desprezo pela inadimplência intercorrente, impulsionada pela sobrecarga de compromissos adrede assumidos pela população. Além de paralisar a vida nos centros urbanos, o diabólico projeto há de imolar os minguados proventos de uma maioria carente, com manifesto prejuízo à saúde, educação e alimentação da prole! Não satisfeitos, os prosélitos governamentais acabam de colocar, outra vez, a mão no bolso do otário poupador, com nova redução da taxa Selic e desumana queda nos parcos rendimentos da poupança, reduzidos à metade dos galopantes índices inflacionários. Criminosa sanha que obriga a depauperada plebe a apertar os cintos frente a uma crise que se alastra, gigantesca, mascarada pela mídia.
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