terça-feira, 22 de setembro de 2009

CONTROLE DA NATALIDADE E INCÚRIA


Neste pobre País de desdentados, constitui sacrilégio falar-se em controle da natalidade. Tudo porque crenças religiosas e padrecos sempre a isso se opuseram, frontalmente . Associados a essa inconsequënte e criminosa postura, estão os governantes e legisladores, sabido que providências tendentes a equacionar o problema haverão de trazer desprestígio político e não redundarão em dividendos eleitoreiros. A adoção do contrôle da natalidade urge e se impõe como medida premente , sendo certo que a multiplicação desordenada de gente paupérrima, que se reproduz feito ratazanas, se apresenta como fato gerador da miséria, do roubo, do assalto e de toda uma gama de doenças e mazelas que recaem sobre uma população empobrecida, que sucumbe e morre à mingua de vitais recursos para sua sobrevivência. Como prova disso, basta se atente para o fato de que nos morros, favelas e casebres, o índice de mortalidade infantil se nos equipara aos povos mais atrasados do mundo! É uma hecatombe nacional, para nosso opróbrio e vergonha! Gigantesco problema social que só a politicalha e a igreja teimam em não encarar, por inconfessáveis motivos. É quadro desalentador e dantesco verificarmos que a maioria da população vive à margem da sociedade, habitando tugúrios, sem condições mínimas de salubridade, higiene e saneamento básico, tendo a fome e a doença por companheiras. São milhares de vítimas relegadas ao desamparo e a assistir, do alto dos morros, o insensato proceder de uma elite cujos deuses são a frivolidade e o consumismo, sob o olhar conivente da igreja, aferroada a anacrônicos princípios dogmáticos, de par com a fria indiferença do amestrado rebanho e silenciosa cumplicidade dos politicóides. Todos pastoreados, por fim, por aqueles que se arvoram líderes, mas que não passam de reles espertalhões a se apascentarem da desgraça e da ignorância, cevando-se nessa ignominiosa torpeza. Verdade que nada disso comove ou sensibiliza a mais alta côrte, essa cúpula formada por uma insensível casta que viceja no planalto e se adonou do poder, extorqüindo, criando e reajustando impostos escorchantes, sem pejo algum, tendo a petulância de alegar falta de verbas para as mais comezinhas promoções de amparo a uma população desassistida. Si et in quantum, e a contrario sensu, essa turba de vassalos e amigos do rei se esbalda na abastança, desviando vultosas verbas para a construção de faraônicas obras, absolutamente desnecessárias, aumentando os gastos públicos de forma iníqua, desordenada e irresponsável. Constroem ou habitam palácios, adquirem veículos de altíssimo custo e mais luxuosas aeronaves para intermináveis viagens turísticas pelo País e ao redor do mundo. Tudo à custa do erário público e secundados por enormes comitivas de sorridentes camaleões, a engordarem no desfrute de nababescas recepções, regadas com os melhores uísques, champanhotas e capitosos vinhos. Quer dizer, segundo eles, não há recursos para investimentos de natureza relevante e prioritária. Irônica e paradoxalmente, abundam provisões destinadas ao carnaval e - pasmem - para sediar a copa do mundo e mais aquisição de caríssimos jatos e arsenal bélico. Ignoram que a revolução medra aqui dentro, onde se alastra a guerra civil, a mortandade, os assassinatos, com a malta que habita os morros, enfurecida e chapada, a invadir as cidades, praticando toda sorte de barbarismos. Tudo sob o maléfico influxo da droga, cujo tráfico e contrabando de armas campeiam livremente.Todo esse macabro cenário se desenrola numa nação indigente e desfalcada das mais elementares obrigações que constituem promordial dever do Estado, que são educação, saúde pública, emprego e segurança...

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