sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CONFLITOS EXISTENCIAIS


Nestes conturbados dias, recurso à terapia se afigura solução para problemas psicológicos. Responsabilidade para desajustes seria atribuível aos circunstantes. Sempre haverá um bode expiatório... Modismo talvez, revelador de status, sintomático é recorrerem ao tratamento só pessoas abastadas! Pobres não possuem tempo nem recursos para tais extravagâncias! Castas privilegiadas são suscetíveis ao vertiginoso ritmo da vida moderna, vaidades aciduladas pelas aparências, emulações, querelas, ambições por cargos, posições e honrarias. O terapeuta, também fragilizado e vítima dos mesmos entraves, é todavia encarado como iluminador das trevas, com capacidade para readaptar o paciente ao meio social onde convive. Empreitada difícil e de resultado incerto! É que, por vezes, o profissional se revela conservador, de formação influenciada por conceitos anacrônicos, sob a pressão de uma sociedade hipócrita e decadente. Diretrizes convencionais inadequadas incorrem no risco de reorientar por descaminhos, gerando frustrações de expectativas terapêuticas. Nesse particular, Freud foi um desbravador. Mas Reich – genialidade fronteiriça com a loucura – foi além, dando relevância aos males da repressão sexual como determinantes das neuroses e desequilíbrios de ordem emocional.

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