Relembro meu retorno ao pago. Regresso comovente, embebido de
encanto e ternura pelo reencontro com as origens e as graças de abraçar amigos.
Santiago, cada vez mais linda e fulgurante! Perambulei pelas ruazinhas da minha
infância. Parei nas esquinas da vida, compungido por ternas emoções, lembrando
afetos que já foram, perdidos na poeira dos tempos... Ah, os dias de outrora,
que não voltam mais! Prédio do cinema antigo, ainda de pé; minha casa, sobrado
da Rua dos Poetas, incólume, à sombra de tantas lembranças; assim, a velha
estação férrea, palco de partidas e chegadas, de quimeras, de risos, lágrimas,
despedidas. Revejo o trem apitando na curva, a maria-fumaça resfolegante, gente
alvoroçada com a vinda – quem sabe? – da pessoa amada! À luz do poente, tornei a palmilhar,
solitário, meditativo, a gare deserta. Realimentei sonhos e fantasias. Hoje,
repaginada, embelecida, ali ressurge, imponente, a Estação do Conhecimento.
Fidedigno emblema do desenvolvimento citadino. Em louvor aos novos rumos que
despontam no horizonte, deixo de lado nostálgicos recuerdos. Os trilhos da estação - linhas paralelas que
apontam para o infinito - enquadram a simbologia perfeita para os caminhos de
Santiago, numa brilhante apoteose travejada de progresso, cultura e civilização.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
RECADO À PRESIDENTE
Peço vênia para, na condição de cidadão brasileiro, dirigir-lhe palavras de gratidão pelas regalias e benesses havidas do seu governo. Feliz, por viver numa pátria onde abundam greves sazonais, como as dos lixeiros, transportes, correios e bancários! Gratificante, respirar o cheiro de águas fétidas e conviver com baratas e ratazanas, em ruas esburacadas; bom, ficar em casa, embora longe da fluidez do trânsito e dos transportes públicos de primeiro mundo; ótimo, não receber contas e economizar com o fechamento dos Bancos, evitando saques e pagamentos; orgulhoso, por viver no país do futebol, rindo à toa, tecendo piadas sobre insegurança e misérias inexistentes! Verdade que alguns patrícios chafurdam no lixo, passam fome, privações, e não têm onde morar... Problema deles, não é? São mazelas, fruto da indolência, do analfabetismo, seqüelas provenientes de más formações da etnia e da genética! Enalteço, presidente, seu empenho ao elencar prioridades, como o copo do mundo e as olim...piadas, dando ênfase aos elefantes brancos, - fabulosos estádios financiados com dinheiro público. Primazia para hospitais, educação, segurança, para quê? A plebe quer mesmo é torcer nas cotidianas disputas de intermináveis copas e brasileirões! Teço loas à mídia atrelada, complacente, que lhe dá plena cobertura eleitoreira, compensando eventuais omissões quando exalta nossos bravos jogadores e suas “heróicas” atuações nas ferrenhas batalhas campais. Concordo, de nada valem educação e saber humano, desde que mantidos pão e circo para distração da patuléia, que com isso se compraz, humildemente. Por isso, Dna.Dilma, me congratulo com seu pragmático espírito idealístico, enobrecedor da nação brasileira, de há muito preparada para ostentar o vanglorioso reconhecimento de melhor futebol do mundo, e para gritar, ufanosa, a plenos pulmões, “semos campeão!”
terça-feira, 24 de setembro de 2013
CAMBALACHO Tal como as novelas, assim o julgamento do mensalão. Critiquei o bicameralismo, os entraves entre Câmara e Senado, postergando deliberações ad infinitum. Guardadas as proporções, o mesmo ocorre no STF, que há tempos intentava punir a corja mensaleira. Justiça tardia é injustiça. Durante anos atuei nas lides forenses, batendo em retirada por desencanto com a pletora recursal e morosidade dos processos. Haja paciência para enfrentar o emperramento da máquina judiciária! Cambalacho no tribunal: os novos ministros, atrelados e comprometidos, espertamente nomeados pela presidente, mercadejaram seu aval ao favorecer os corruptos! Sectários, mandaletes, eles eram notoriamente suspeitos! A estratégia presidencial mudou as regras do jogo, com manifesta afronta à opinião publica. No caso sub judice, o servil voto de minerva foi pelo cabimento dos embargos, implicando em novo julgamento sobre questões adrede decididas! Com os recursos, a sentença recursal ficará para as calendas gregas, caindo no descrédito popular a suprema corte! Verdadeira aberratio júris a trama procrastinatória, redundando em revertério do decisório e prescrição da maioria das penas cominadas aos infratores. Lamentável o fato, a perda de tempo, tantas ilusões perdidas após tamanhas escaramuças que haviam culminado na merecida aplicação de sanções prisionais aos prevaricadores. Custo a acreditar que tudo não passou de um jogo de cartas marcadas, mero ensaio preparatório para outros intermináveis debates, com a provável impunidade dos quadrilheiros...
terça-feira, 10 de setembro de 2013
DESVARIOS DA PAIXÃO
Irracional o fanatismo das paixões ligadas à política, futebol ou religião, provocando malquerenças entre os pobres de espírito. De política, poucos entendem, sentenciava Borges, famoso literato argentino. Governar, dizia, deveria ser privilégio de gente especializada, descabendo à plebe eleger governantes, por força da sua notória apatia, desconhecimento e alienação. O povo sempre se equivoca, aduzia, indagando: acaso ele interfere na elaboração da química, uma ciência especializada, assim como é a arte de governar? Quanto ao futebol, penso eu, tanto faz ganhar ou perder, se o resultado nada acrescenta! Espetáculo circense, jogadores mercenários, camisetas promocionais, picadeiro montado para distrair a patuléia. As religiões? Por que a sanha de catequizar rebanhos, as doutrinas se arvorando em donas da verdade? Adesões cegas, passionais, a partidos, clubes ou seitas religiosas, são patológicas fixações mentais oriundas de frustrações e insegurança. A livre manifestação é direito fundamental do indivíduo, a ser exercido sem restrições, com absoluto respeito. A maioria encara o diálogo, a troca de idéias, de forma exacerbada e polêmica, sobressaindo vaidades e o obsessivo intento de predominância de convicções de ordem estritamente pessoal. Válidas as expressões de pensamento calcadas na liberdade de crenças e de opinião. O intercâmbio de idéias não é um jogo, no qual alguém pretenda impor seu entendimento de modo obstinado, arbitrário e radical
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quarta-feira, 17 de julho de 2013
ALGEMAS E GRILHÕES
Perda da qualidade de vida, uma constante com os arreganhos ditatoriais. Sair de carro para almoçar, passear ou visitar amigos, hoje impraticável frente ao caos da imobilidade urbana. Congestionamentos, obstrução permanente no trânsito, obras desnecessárias, superfaturadas, suspeitas, intermináveis... Transporte público, uma calamidade! Induzidas pelas trombetas do consumismo, legião de criaturas endividadas adquirem automóvel, pagando o dobro, a perder de vista, com juros escorchantes! E a segurança? Mesmo sem policiamento, vedado exercer a legítima defesa, própria ou de terceiros, em repetidos assaltos, só porque o governo teme uma população armada! E a lei seca, com a estupidez da tolerância zero, quebrando bares e restaurantes? Jantar fora, antes um prazer elementar, agora todos induzidos a beber água ou venenosos refrigerantes açucarados! Defeso bebericar um salutar cálice vinho, ou inofensivo copo de cerveja, por causa da absurda tirania do poder público, cioso de encher as burras à custa do otário espezinhado. Cadê o livre arbítrio com responsabilidade? Nossa liberdade, o sagrado direito de ir e vir, obstaculizados pela incúria, pela desfaçatez de governantes obcecados pela sanha de embuçalar uma população bovina, apassivada. Tamanho o despropósito, que daí resulta ficarmos enredados, apresilhados, sob o jugo e opressão das amarras, ferretes e grilhões urdidos por uma súcia quadrilheira que, desgraçadamente, se assenhoreou do poder, com ganas de perpetuação.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
MAIORIDADE PENAL
Frouxidão da lei era, tempos atrás, justificativa para a imaturidade dos jovens, superada hoje com o avanço da informação. Paradoxos: para votar, com 16 anos o menor é capaz; até os 18, pode matar e roubar, é penalmente irresponsável! Governo e corifeus protegem a molecada, acobertando crimes, numa atitude retrógrada frente à selvageria reinante. Persistiriam na sanha, seus acólitos, se algum familiar fosse trucidado pela horda de vadios que infesta as ruas, alcoolizada, drogada, órfã da incúria do poder público? Menor recolhido hoje, livre amanhã, impune! Recuperação risível com a mera internação do marginal, fugidiço ou liberto, pós-graduado em albergues, verdadeiras faculdades do crime. Primordialmente social, o problema avulta por causa da miséria, da corrupção e do descaso das autoridades. Cresce o surto da delinqüência juvenil! Vamos continuar assistindo, braços cruzados, ao morticínio que é diariamente veiculado nos jornais televisivos? Para salvaguarda da cidadania, impõe-se a imediata redução da idade penal, com drásticas punições para os sádicos marginais, revoltados, que nada têm a perder, na sua condição de párias, estupradores e homicidas, que agem com frieza e crueldade para sustento do vício que os escraviza! Miremo-nos no exemplo de países desenvolvidos, que possuem leis draconianas para o menor infrator: França, após 13 anos; Suécia, 15; Itália, 14! Lição para nós, imitadores do linguajar e costumes dos EUA: lá, o limite é mais severo: 12 anos, na maioria dos Estados, alguns com previsão de pena de morte! Mister, pois, a adoção de urgente reforma constitucional para resguardo de uma população desassistida e amedrontada. Com a prisão, essa escória será segregada do convívio comunitário, reprimindo-se, assim, a ferocidade de uma malta voraz, que se reproduz feito ratazanas, useira e vezeira no cometimento de toda sorte de atrocidades!
sexta-feira, 17 de maio de 2013
CONSAGRAÇÃO DA BALBÚRDIA
Prossigo brandindo com a minha escrita adstrita às regras da ortografia antiga. Maioria ignora, a vigência do malsinado acordo ortográfico da língua portuguesa foi prorrogada por mais três anos (Decreto 7875/12, assinado pela Presidente). Daí porque suas desconexas alterações só deverão ser seguidas, obrigatoriamente, a partir do ano de 2016! Não obstante, a efetivação do servil intento ficará condicionada, ainda, à compatibilização e ajuste entre as diversas correntes que se opõem ao esdrúxulo projeto. Quer dizer, tudo ficou para as calendas gregas! Por outro lado, não se deve olvidar que a extemporânea reforma fora impulsionada, ironicamente, por ex-presidente pródigo em barbarismos, avesso à leitura, inimigo do vernáculo e admirador da “maviosa” música sertaneja! Tais desvarios só criaram confusão e desestímulo para os estudiosos, contribuindo para o atraso cultural da nação. “Ultima flor do Lácio, inculta e bela...” assim se referia Bilac à língua portuguesa, num inspirado poema publicado cem anos atrás! O idioma é fundamento basilar da soberania. Rico em sonoridades, sinonímia e expressividade, dá pena ver o vernáculo tão maltratado pela cidadania, vilipendiado pelo vício de papaguear inglesismos. É o complexo de vira-latas, como diria Nelson Rodrigues! Insegurança, baixa estima e simiesco espírito imitativo são próprios da ignorância e falta de educação, corolários de um processo degenerativo propagado por uma súcia de vendilhões que espertamente enche as burras, faturando em cima da maquiavélica tramoia.
sábado, 4 de maio de 2013
BURRICE ESTELAR
Todo poder emana do povo. Preceito ilusório, tratando-se de uma população iletrada e apática, mergulhada na mais torpe alienação. Daí a célebre contrapartida: cada povo tem o governo que merece! Democracia enganosa a nossa, vigorante o voto do analfabeto, o eleitorado composto por uma maioria inculta e anestesiada. Corolário disso, um poder político oligárquico, que menospreza a educação e fomenta uma casta elitista e corrupta que se estrutura através de coligações, barganhas, arreglos e conchavos despudorados. Terreno fértil para o incremento do arrivismo, de uma caterva encastelada em cargos e sinecuras, cujos governantes tomam decisões e deliberam ao arrepio do interesse coletivo. A ignorância gera a estultícia! Pitigrilli, notável literato italiano, asseverou somente ser possível avaliar a imensidão da estupidez humana tendo como parâmetros as distâncias interplanetárias! Entrementes, aqui, num país que não é sério, pão e circo para o povaréu! Triste realidade espelhada numa nação de apedeutas, onde medra a burrice estelar, paleolítica, geratriz de todas as suas mazelas...
sexta-feira, 3 de maio de 2013
DEMONIOCRACIA
Gente inculta fomenta a politicalha e adere ao totalitarismo. Multidões sofrem o fascínio dos arroubos autoritários, dos arreganhos discursivos e das promessas vãs. Nosso atraso se assemelha ao de outros países subdesenvolvidos, cujas populações chafurdam em igual miséria, carentes de saúde, educação e segurança. Concentração de riquezas em mãos de uma minoria privilegiada! Trabalhadores sofrem carga tributária equivalente à perda anual de quatro meses de salários! Governantes, entronados no poder e adeptos do estatismo ditatorial, temem a liberdade e pregam o arrocho da imprensa, arremetendo contra o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal. Engordam e enriquecem, ilicitamente, com a ignorância e anestesia do povo. Religiões se cevam dessa mesma obtusidade para melhor arrebanhar suas ovelhas e conduzi-las, balindo, para sua final castração! Frágeis democracias, como a nossa, são monitoradas pelo jugo de politiqueiros corruptos, endemoniados, maquiavélicos, numa interminável ciranda de fraudes eleitoreiras, jogo de cartas marcadas, sustentado pela força numérica dos parvos - maioria analfabética votante! Que sabem as massas dos problemas políticos da nacionalidade? Na descoberta do Brasil, índios eram catequizados com espelhos, miçangas e migalhas. O governo sabe que a plebe pensa com o estômago e se distrai com o circo! Isso explica a absurda caudal de bolsas e cestas, mascarando a distribuição do pão e a montagem da lona, na construção de faraônicos e perdulários estádios de futebol...
sexta-feira, 15 de março de 2013
TRAMBIQUES E TRAPAÇAS
Ações do destempero governamental: as bolsas e o mensalão; o plebiscito do desarmamento, quando o tiro saiu pela culatra e rios de dinheiro foram gastos a troco de nada; a esdrúxula lei seca complementar, uma idiotia, atestado da incompetência do poder público. Atente-se para certos disparates: alguns bombons e remédios caseiros contém álcool; padres bebem vinho na missa; obrigação de assoprar cornetas é inconstitucional! Flagrantes da embriaguez são simplesmente detectados à vista dos desatinos do motorista e ultrapassagens perigosas. Sem mais delongas, a mera abordagem policial haverá de evidenciar desequilíbrio, fala desconexa e voz pastosa, sintomas da embriaguez do condutor, impondo sua imediata prisão e apreensão da carteira. Seleção e maiores rigores na habilitação seriam pré-requisitos na prevenção de eventos acidentários. As autoridades melhor agiriam se ocupando com reforço de policiamento, combate às drogas, prevenção de assaltos, e com as ruas escuras, esburacadas e má sinalização. Isso ninguém conta, a maioria dos acidentes é resultante da pressa, do excesso de velocidade e da imperícia dos motoristas! Quer queiram ou não, os dependentes e os irresponsáveis vão continuar se embriagando! Ademais, taxis e transporte público são serviços precários num país desgovernado. Agora, proibir um cristão de brindar, bebendo um copo de cerveja ou cálice de vinho, em casamentos, festas de aniversário ou restaurantes, chega às raias do absurdo! Paga o justo pelo pecador. Libações moderadas, degustar um tinto chileno, ou espumante, constituem atos de requintado bom gosto. Vinicius dizia desconhecer o surgimento de amizades em padarias. Disse mais, enaltecendo a devoção canina: “uísque é o cachorro engarrafado”! E Jesus, na última ceia, provou não ser abstêmio ao transformar a água em vinho...
sábado, 23 de fevereiro de 2013
HISTERIA COLETIVA
“Curinthian”, campeão mundial, ora disputando a Copa Libertadores. Bando de loucos acorrem aos estádios, em frenéticas gritarias. Hordas passionais despendem fortunas em viagens internacionais. Alucinada, maioria baderneira e furibunda, em berraria, lota estádios de futebol, provocando arruaças, lançando foguetes e mais artefatos explosivos contra os adversários. Dias atrás, um pobre adolescente boliviano foi mortalmente ferido, vitimado por disparo de um sinalizador manuseado por um imbecilóide. Abstração feita ao trágico episódio, quem tira proveito dessa psiconeurose coletiva, verdadeira guerrilha urbana? Governo e mídia, conluiados, fomentam essa alienação, esse anestésico torpor das massas enlouquecidas, desviando-as de assuntos de maior relevo para erradicação da miséria pátria. Cartolas e jogadores faturam alto! Futebol empresarial, contratos fabulosos, atletas mercenários forram suas guaiacas, enquanto a plebe se dessangra, envilecida. O país, paralisado, sofre a inércia das ressacas, das brigas, do vandalismo e das ausências ao trabalho! Lição de lucidez transmite Borges, literato argentino, para quem os jogos deveriam ser assemelhados ao xadrez ou ao frescobol, sem veleidades ou pretensões de vitória. A propósito, ele escreveu: “O que encontro de errado nos esportes é a idéia de que alguém ganhe e alguém perca, e que esse resultado provoque rivalidades.” Jamais vou eu entender como pode a plebe, manipulada pela imprensa, contorcer-se em histéricos pruridos no exacerbado amor a camisetas propagandistas e agremiações mercantis! Pratiquei muito esporte na juventude e continuo apreciando o futebol, por diletantismo, como mero espetáculo de técnica e entrosamento. Quem dera pudesse o povo consagrar, aos prioritários interesses da nação, parcela mínima da inoperante e alheatória paixão clubista...
domingo, 3 de fevereiro de 2013
LITÚRGICA HOMENAGEM
Quedei-me, reflexivo e contristado, frente ao tormentoso impacto emocional decorrente da pavorosa tragédia que se abateu sobre o coração do Rio Grande. Santa Maria da Boca do Monte, cidade cultural, universitária, repleta de gente amiga e paisagens deslumbrantes! Centro ferroviário do Estado, cuja gare, outrora constelada de bares e restaurantes, foi passarela e ponto de encontro de tantos amores! Todo um passado indelevelmente enraizado na saudosa lembrança de um moço itinerante, então egresso da Santiago antiga, embasbacado com as luzes, os fulgores e rutilâncias da metrópole. Ah, os namoricos, as belas meninas do colégio Centenário! Mocidade radiosa, vibrante, esperançosa! E, agora, todo esse infortúnio, esse torturante abalo , toda uma moldura embaçada pelas nuvens, enegrecidas e fumarentas, que tisnaram de gris aquele cenário poético e multicolorido. Quanta tristeza, quanto amargor! Abatido pelo sinistro episódio, registro o meu pesaroso sentimento de aflição e solidariedade às famílias enlutadas, aos amigos, colegas e mais pessoas consternadas pelas dolorosas perdas. De outra parte, que não se fale em fatalidade! O funesto evento foi fruto e conseqüência do descaso, da negligência dos organismos a quem incumbiria zelar pela segurança e proteção dos freqüentadores da malsinada casa de diversão. Apuração dos fatos e severa punição dos responsáveis, é o clamor de uma população atônita e amargurada! E que Deus se apiede das desventuradas vítimas e as acolha, com carinho, nos páramos do além. Santa Maria, chorai por nós...
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
PERFUME DE MULHER
Pesquisa revela as preferências masculinas: futebol (82%), cerveja (36%), mulher (33%). Futebol e cerveja dando de relho no mulherio! O homem estará se tornando andrógino? Metrossexual, na realidade, neologismo que define o indivíduo deste século, com apuros feminis: perfumoso, cirurgias estéticas, pintando unhas e cabelos, usando brincos, cremes no rosto, depilando pelos. Tempos houve que varão só se olhava no espelho para fazer a barba! Rotina, hoje, sua permanência de três horas em salões de beleza, se embonecando, despegado da imagem estereotipada do macho, padronizada ao longo dos anos. Em contrapartida, temos a mulher híbrida, um ser mutilado por botox, seios siliconados, olhos, bunda e genitálias artificiais, assemelhada às bonecas infláveis. Sublime fragrância, de beleza excelsa, a mulher original, recém saída do banho! Desnaturada pela plástica, pode ser comparada à cerveja sem álcool, destituída das suas propriedades. Nada contra o hermafroditismo. Vaidade e narcisismo desvirtuaram as obras da criação. Nascido em Santiago do Boqueirão, ufano-me das minhas raízes. Podem me chamar de antiquado, mas preservo a cisma da virilidade e vou mais longe: homens ligados no futebol, mais mulheres haverão de sobrar na área, para nós, os trogloditas.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
FIM DO MUNDO
Bestialógicas previsões voltam a anunciar o fim dos tempos. Místicos e religiosos, alarmistas, insistem em trombetear o juízo final. Descrentes dessas profecias, incumbe atentarmos para uma realidade assecuratória de que os tempos são chegados. Basta lembrarmos do mensalão, de um governo atrelado a Lula, Maluf, Sarney e toda uma malta que se ceva do dinheiro público e se esmera na derrocada de uma nação continental. Como se não bastasse, o universo terráqueo se defronta, na atualidade, com sérios prenúncios da catástrofe: guerras, terrorismo, corrupção, fome, miséria, epidemias, mudanças climáticas, crises financeiras, bombas nucleares, superpopulação, carências de água e petróleo. Tudo isso, somado à selvageria do capitalismo, à exacerbação do consumo e à prevalência da Lei de Gerson numa população analfabeta e deseducada, torna evidente o circunstancial de que estamos à beira do precipício! Recomendável vivermos o dia de hoje, o aqui e agora, alicerçados no conceito filosófico do “carpe diem” e na doutrina ética do hedonismo, com tangenciais vertentes na ideologia anarquista, que preconiza a liberdade e a soberania individuais, livres da caterva que nos subjuga e destrói. Então, me questiono, apenas para argumentar, brincando, em tom de glosa: se, independente dos petralhas, o mundo fosse acabar amanhã, como haveria eu de reagir? Pensando bem, abraçaria familiares e amigos, compraria um maço de cigarros (eu que há muito deixei de fumar!), fecharia um bordel, rasgaria dinheiro, bebendo um litro de uísque, escarnecendo da politicagem e da idiotia de um rebanho tangido ao futebol e ao carnaval. No mais, daria adeus aos prazeres carnais e enfrentaria o caos apocalíptico, borracho, cantando um tango...
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
PARABÉNS SANTIAGO
Santiago do Boqueirão - minha terra, meu chão - 129 anos de história e glorificação!
Nesta festiva data, associo-me às homenagens alusivas ao auspicioso evento.
Nesta festiva data, associo-me às homenagens alusivas ao auspicioso evento.
Alma e corpo forjados nas raízes santiagueneses, fiel às minhas origens afetivas, orgulho-me da minha formação cimentada nos nobres exemplos de dignidade, honradez e fidalguia, apanágios do ilustres filhos do nosso abençoado pago.
Congratulo-me, pois, com os queridos conterrâneos e sua altaneira representação política, cujas diretrizes e metas são voltadas para a educação, para a difusão do saber, projetando nossa "Terra dos Poetas", cada vez mais, no esplendoroso cenário cultural da intelectualidade rio-grandense.
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