segunda-feira, 27 de outubro de 2014

ADEUS ÀS ARMAS


Véspera da eleição, escrevi: “Se cada povo tem o governo que merece, que Deus se apiede de nós! Como arremate, uma coisa eu afirmo: vou apostar todas as fichas na renovação com Aécio. Se não der, paciência. Vamos sepultar as esperanças e bater em retirada, com pouca munição. Apenas para argumentar, nesse caso - hipótese absurda - creio, nunca mais vou falar ou escrever sobre política. Mas, inquestionável verdade, o país merece um governo mais qualificado, para salvaguarda dos interesses nacionais e melhor projeção no cenário internacional”. Hoje, desiludido com o resultado do pleito, vou cumprir minha promessa, sem antes acrescentar que sou apartidário e nunca me filiei a nenhuma facção política. Apostava na oposição por entender imperiosa a necessidade de mudanças, para o bem do Brasil. Persistirei, não obstante, convicto de que o instituto da reeleição, o voto obrigatório, assim como do analfabeto, constituem aberrações e causas das nossas mazelas. Convicto, por igual, dos despautérios da lei seca (tolerância zero), do desarmamento e da inimputabilidade criminal do menor infrator. Por oportuno, e como arremate, volto a me escudar na assertiva de Jorge Luis Borges, renomado literato argentino, um cego que enxergava mais do que muita gente nossa: “A plebe sempre se equivoca. Acaso o povo interfere na elaboração da química, uma ciência especializada, assim como o governo?” Isso posto, para mim, agora o resto é silêncio. Hora de desenssarilhar as armas. Impossível nadar contra a correnteza e/ou arremeter contra o voto de curral. Mas explicada fica, com meridiana clareza, a equivocada decisão das urnas. Uma significante e expressiva minoria consciente e politizada, submetida ao jugo da maioria iletrada...

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